interessado em alguma bobagem

sábado, 15 de setembro de 2012

tratado de mundos diferentes–anômalos sentidos

Mas,

foi um homem abominável.

Pois,

ante meus “ah, sei, e daí?”

Teve os “também acho”

E dos nossos olhos,

que involuntários,

serão

banquetes de vermes…

partiram mutuas

a transgressão

e uma réplica de desprezo.

Assim,

vice e versa,

crônicos,

longevos

e lentos.

Tão vastos que os homens não foram capazes de mensurar.

Mambembes.

cismamos em burlar

arquitetamos devaneios

e avulsos,

convictos,

descrentes,

estamos seguros.

Procuramos como refúgio

a incerteza da crença.

E somos devotos de uma incredulidade

lambuzada de curiosidade,

discreta

 

“Tiras atraso?”

“Masturba-te?”

 

“Bacanal pós prece?”

“Ou,  solidão pós desvario noturno?”

 

Perambulamos,

juntos,

de braços dados,

num contato assexuado,

desinteressados,

entre os ritos e os pecados.

E não sei se podes mensurar o quanto te tenho respeito e admiração.

Feliz em meu desconforto.

Angustiado pelo teu alento.

Sou réu?

Jurado?

Ou, vento?

Enfim:

Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto.

Desconexo de plano celestial.

Boêmio,

tolo,

etílico,

desinteressado,

surpreendo-me.

Livro de letras pequenas.

Leitura intrincada

escabrosa

escura.

A lei não legislada.

Ademais,

sou o avesso daquele verso,

sobremesa insalubre de terço.

Sou fruto de fé católica mineira.

Anárquico

sem leis

começo.

E já tive a face estapeada por confissão.

Quem é Deus?

Deus?

Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?...

Com medo?

Fingia história

Era um dia-a-dia azedo

Eu era a escória.

E do mantra,

Se seu Deus é amor,

porque você prega tanto ódio?

Descobri que o antagonista talvez repousasse

detrás das lentes grossas

daquele

que via todo dia no espelho.

Severo.

Cru.

Feroz.

Crítico

Dissimulado.

Ele era avesso,

era contraponto.

Era ali

bem na transparência da retina

que subversivo e malévolo

guardava toda a divergência

contraproducente

aos meus sorrisos.

Abatido e mortificado

eu soube

que o disfarce

caiu.

"

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

"

Para uma aceitação que jamais sonhei.

Juro,

que bêbado,

cheguei em casa,

li o Livro.

E tive vontade de compartilhar com você minhas angústias.

Eu vou ensinar-te sobre meu mundo

Como ensinou-me.

“Porque você nunca me falou? … foram 4 anos.”

Porque o cara,

ali além do espelho,

me ensinou a ter preconceito.

Não está de todo errado.

Mas há de enfrentar sua “aberração”.

Acaso,

sabe o que é ter dedos apontados?

sabe o que é ter medo de aglomerados?

sabe o que é ter amigos maltratados?

humilhados?

mortos?

Eu sinto tanta falta.

Mantenho sorriso no rosto.

E,

obrigado amigo,

é muito importante

para que eu compreenda o que significa

o termo mais anômalo

entre nossos dois mundos:

Aceitação.

2 comentários:

izani disse...


Tô eu aqui com minha solidão a pensar: o que estou fazendo nesse mundo?
Não sei escrever como vc, que coloca seus sentimentos nas palavras.
Escrever não se aprende, vem de dentro, é um dom. Você tem esse dom.
Parabéns!

izani disse...


Apesar de nunca ter lido a Biblia por inteiro, reparei no que vc disse.
Acho a Biblia um livro machista, onde foi colocado só o que interessava aos apóstolos.
Acabei de ver na TV que foi achado um manuscrito onde Jesus apresenta sua mulher aos apóstolos.
Vão fazer pesquisas nele, e talvez dar um sumiço no mesmo, para o bem das religiões.
Bjs...