interessado em alguma bobagem

domingo, 31 de agosto de 2008

pretérito sem passado

Eu lembro de ouvir inclusive em velórios...
Saudade

Quando você chegar
Mr. John
Pensei em escrever seu nome num papel
Ou me lembrar daqueles versos que eu gostava
Tentei escrever uma canção pra você
Fiquei pensando se eu ainda te amava
Então olhei as flores no jardim
Por um instante elas sorriram pra mim
Pensei bobeiras que eu nem sei ao certo
Por um instante eu vi você mais perto de mim
Nem sei se posso ver você
Com os olhos que te vi um dia
Amanhã, quando você chegar
Eu vou correr pra poder te abraçar
Me dê a mão, vamos sair por ai
Eu vou dizer coisas bonitas pra você
Nunca mais partir
Rodei mil vezes ao redor da mesa da sala
Pra nao lembrar coisas que só você me fala
Cantei pra esquecer o tédio da espera
Já nao sou mais daquele jeito que eu era
Mas sei que você também mudou
Todos mudam com o tempo.
.
.
.
Mr. Marcos Mol.... eu num vou esquecer isso tão cedo....

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

nudez

eu sou para o tempo...

saliva...

eu sou o vento....
eu sou o que não toco...
topo, paro... olho...

desinteressado...
nú...

pequeno mundo....
onde as crianças choram
e os adultos pensam que são felizes...

tempo...
tem muito que choro...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

andei lendo max weber

“O homem sensato adapta-se ao mundo. O insano tenta exatamente o contrário. Portanto, todo o progresso depende dos loucos.” Max Weber

Patrícia Roeser sempre me trás boas influências...

santos pecados de nós quatro

Somos demônios de um passado lúdico
Como santos de um futuro ilusório
Somos sensatos na presença de humanos
Como imortais transfigurados num palácio de semideuses
Louvamos o lixo e o egocentrismo
Esquecemos tal centro, que se tornou latrina.
Fomos pobres ricos, pois fomos amigos.
Unimos ao útil o agradável ódio
Falaram tão mal que nos tornamos superiores
Fomos deuses numa terra de cego
Vimos o que ninguém viu
Louvamos uns aos outros
Mas esquecemos que não nos bastávamos.
(Patrocínio - Segundo semestre de 2001 - a amigos)

domingo, 10 de agosto de 2008

os "indo embora"


Estou orfão de mim mesmo. Orfão de decisões que independem de mim. Uma febre que me atinge de forma impiedosa, que vem do medo da espera.

Eu não curti a noite. Eu fiquei sozinho contando as mazelas de noites passadas. Pensando nos erros cometidos e nos acertos inevitáveis.

Tudo bem, eu quis pular da janela. Eu quis não estar nos momentos certos das decisões infundadas que tive. Eu quis ser puro e não ter maldade.

Mas é difícil acertar num presente infundado.

É... mais uma vez eu estou indo embora. Mais uma vez eu não aceito a rotina de um dia seguinte. Eu não entendo muito bem como é que em todas estas vezes eu sento em minha cama e choro. Aquele choro de criança que estoura o peito. Aquele choro que num cala e que um afago acelera.

É... eu quero ir embora muitas outras vezes, pois esse choro me renova, me faz ser maior, me faz pular da cama no outro dia com meus mil e um pés direitos.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

barbárie cotidiana (segunda publicação)

Supraterrena alvorada
Imitação pedante das montanhas de lá
Gratidão às doutrinas discutíveis
Destruição natural da natureza que não é divina
Virtudes cheias de cobiça
Os amigos de ontem e o sexo de hoje
Opção da vergonha do filho, refletida na pupila do pai
Abnegação impiedosa da pré-moral instintiva.
Hábitos poderosos nos jejuns impostos e recorrentes
Saudades idealistas e afeminadas
Autodesnudamento do choro que não consigo justificar
Omissão no privilégio raro das máscaras que não refletem.
Eu confesso o eterno mal-entendido.
O silêncio do jogo
O sofrimento que ele proporciona.