interessado em alguma bobagem

terça-feira, 31 de maio de 2011

pôr-do-sol de minhas “críticas da razão pura”

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Ocaso.1

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Hoje é o último dia de maio.

Amanhã é uma nova metade.

E do pretérito de 2011 fica o ocaso.

decadência.

 

As cicatrizes e um tanto de angústia nos olhos.

 

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um pouco mais de faculdade da razão ao julgar os próprios atos.

 

 

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Sinceridade.

Ciência de que  há ação que causa remorso.

Opinião.

Cuidado, atenção, esmero.

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Mais medo.

 

 

 

 

 

 

 

EU SOU AUSÊNCIA167107_185513381470981_100000369608433_521899_6137965_n

 

 

 

 

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EU FUI AUSÊNCIA

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“Revolução copernicana”.

Vislumbrei a necessidade de tirar-me do centro do universo.

Desvencilhei-me do “conhecimento puro”.

Eu não sou mais anterior a experiência.

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Tenho reais duvidas: meus predicados estão no sujeito?

empírico.

Kant, esta foi a minha “Crítica da razão pura”.

Minha impossibilidade de conhecer as coisas em si mesmo.

Minhas desequilibradas formas de conhecer as coisas tal como as percebo.

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Placebo.

Voltaire, quão tolas foram suas liberdades individuais?

Diderot e D’Alembert, eu não confio no progresso humano.

Jean-Jacques Rousseau (que nome lindo) a liberdade que desfruta o selvagem é como sua espera pela fada do dente.

Ruborizado. Berkeley! Ser é mais do que passa por meus olhos.

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Mas no dia seguinte ao de hoje

seguinte ao hoje…

sinto saudade.

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1 :período do dia em que ocorre o pôr-do-sol

sexta-feira, 27 de maio de 2011

dis – fa(z) – r – c(s)e / o jogo de Deus

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Tenho passado dias que minhas feições vestem outras.

Tenho tapado as lágrimas com sorrisos amarelos de dor de dente.

Tenho tentado tornar-me, imutável, presença.

Arrisco os mais falsos sorrisos.

Tenho tido medo.

Tanto medo.

 

…com indelével raiva do mundo,

… brinco, infantil, de pique-esconde, onde não encontro…  Deus.

Deus?

“Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes!
Em que mundo, em qu´estrela tu t´escondes ”

 

Onde?

Só pergunto: Onde?

 

 

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Meus questionamentos rastejam por entre cacos, espelhos do meu  “eu lembro”

 

 

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O que é da vida de quem ganha?

… sem presença?

 

 

Ausência?

 

 

Palavras, fragmentos… ao vento…

Doce ou amargo… do que importa por agora?

Ser feliz como outrora?

 

Por dentro, apago o cigarro da vida na sola do sapato.

Que andou pelo solo do erro.

Que foi regado pelas lágrimas de tanto medo.

 

E a aberração sente dor.

Sim, sente.

Medo.

 

Eu tenho as marcas de quem, solitário, lembra.

 

blog

 

E meu amigo oculto dói.

 

Sim.

Porque meus natais nunca mais serão iguais.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

impressões ante epitáfio

Ela descansou.

 

Dona Ana esvaiu lentamente e com uma lucidez que me impressionou.

“Na segunda nos discutimos História do Brasil e alguma coisa de geografia…”

Normal, seria se esta conversa não houvesse ocorrido com minha mãe na véspera do falecimento de sua  mãe.

Terça… o tempo parou.

O tempo acabou.

 

O câncer é uma espera de tempestade.

E quando as nuvens negras aproximam-se, reprimimos a tristeza.

Nos conforta um “estar bem” perturbador de irreversível passar do tempo.

Desfecho.

 

E aí cabe a fixação prolongada dos olhos sobre o que já esteve lá…

Contemplação…

Velório e sepultamento podem ser palavras que estão em qualquer dicionário.

Mas só se apossam de sentido quando estão entre as primeiras palavras do nosso livro de acordar, ir ao trabalho e atender aquele telefonema….

 

Eu não creio que se possa habituar com isto.

Eu não creio em tanta coisa…

Dar fé a cada lágrima é difícil… ainda mais quando tudo estava assim tão próximo de uma perturbação familiar constante.

Aproximadas 12 horas ligaram aquele telefonema ao som torpe daquela porta de carro batendo.

Há momentos que são mais que imagem, são impressões que trazem o “causar horror”.

Aquele trajeto: ajeitar a mochila, abrir a porta de trás, pegar a mala, atravessar a rua, comtemplara a rampa da vigília…

Foi tão brutal. Um silêncio. Um cambalear desconfortante.

Eu não sei e acho que nunca ninguém aprende como descrever.

Mas é singular, é como se na minha mais longínqua lembrança eu pudesse me recordar daquele deixar de mala no chão e do tropeço de degrau.

E minhas pernas não me obedeciam…

Os presentes eram incólumes a minha constatação.

E minhas impressões foram rápidas como as lembranças do fogão de lenha da casa da vovó.

Não contive lágrimas. Não contive minhas pernas que teimavam vacilar.

 

Dona Ana fez-me menos imediatista.

Dona Ana fez-me frágil.

E absolutamente não há atenção ou resposta a cada “meus pêsames” que se ouve.

Eu não sabia o que responder.  Não sei.

E aquela, inerte, a menos de um passo era minha “causa”.

Era motor de tudo aquilo que passei.

Era vovó.

E aquilo era pêsames?

E eu passei aquele tempo sem compreender bem o conforto que me fazia soluçar mais.

Minha solidão meio sem sentido fez uma ruptura com “eu” e “eu”.

O irreversível arrebenta.

E eu: não creio?

Dona Ana me destruiu.

Destruiu pelo simples fato de ali inerte não me dizer nada.

“Como estava?”

“Onde estava?”

“Como era?”

O descer torpe a sepultura só foi mais lento que as lágrimas que não controlava em minha solidão mais interior.

É como se ali estivesse o terminar tudo.

Eu sentei e chorei.

E ali, marginal, eu quis crer nos mais lindos sorrisos.

Nos mais sublimes cheiros de madeira queimada.

E ali, a terra, que até antes julgava torpe, tornou-se familiar.

 

E o que eu nem sei… Dona Ana… um dia vou eu.

Corriqueiro… arremessei pedras pro lago que era eu mesmo

…restaram meus propósitos de ingressar no conturbado  não sei.

 

Eu não ouvi no rádio… Faleceu hoje…

sábado, 14 de maio de 2011

da dúvida na presença de amanhã

“A vida não passa de uma oportunidade de encontro; só depois da morte se dá a junção; os corpos apenas têm o abraço, as almas têm o enlace.” Victor Hugo

O mais perto que perdi foi um gato que me acompanhava nos estudos adolescentes.

Lidar com perda é estranho.

Saber que a perda está tocando a campainha é mais estranho ainda. Dá vontade de pedir para que ela toque a campainha e corra muito.

Fugir desta consciência é covarde.

Eu me sinto culpado por não lembrar dos últimos momentos que passei com minha avó materna.

Mas eu lembro da comida de fogão de lenha dos domingo.

Eu lembro do jiló e do quiabo.

Eu lembro de não misturar manga com leite.

Eu lembro do receio de cobra quando ia pescar no córrego.

Eu lembro dos presentes de aniversário e natal.

Eu lembro das viagens a Unaí.

Eu lembro da ausência em Ouro Preto.

Eu lembro das aulas em momentos inoportunos.

Eu lembro da perspicácia geográfica.

Eu lembro dos caminhos da roça.

Eu lembro das moedas que ganhei para comprar bala.

Eu lembro de um amor que não sei explicar

Eu lembro de gritar vó.

Eu lembro de festas de fim de ano infelizes.

Eu sinto o gosto do biscoito de polvilho azedo.

Eu lembro de todos os deslaços familiares.

Eu lembro de rolar de rir na varanda da casa.

Eu lembro dos dias que doava meu quarto.

Eu lembro das lágrimas raras de minha vó e do dia que ela chorou ao ver a imagem da mãe que perdeu tão cedo.

Eu me recordo de seu medo de cemitério.

Eu me recordo de todas as vezes que senti vergonha ou saudade.

Eu escuto a TV anunciar os números da Telesena.

E como se estivesse lá…

eu sinto seu momento frágil

e eu sinto um desvair lento

Eu sinto o desvair lento.

E assim de repente minhas lágrimas descem pelo rosto.

“Ela precisa descansar”

E recordar a fala de minha mãe dói de uma maneira estranha.

Tão sem palavras pra descrever.

Vovó.

Assim como fechar a porta daquela casa.

Assim como ver o mato alto e a ausência de madeira para o fogão de lenha.

….

não sei como terminar

sexta-feira, 6 de maio de 2011

a justiça que independe do meu Deus… tenho esperança e sou livre…

"Uma sociedade decente é uma sociedade que não humilha seus integrantes. O tribunal lhes restitui o respeito que merecem, reconhece seus direitos, restaura sua dignidade, afirma sua identidade e restaura sua liberdade." Ellen Gracie

"O órgão sexual é um plus, um bônus, um regalo da natureza. Não é um ônus, um peso, um estorvo, menos ainda uma reprimenda dos deuses" Ayres Britto

“Quando as pessoas que exercem poder no mundo irão acordar para algo que está acabando [referindo-se à destruição da família] e que, ao acabar, tira a possibilidade da esperança da sociedade?".  Dom Joaquim

 

Quer saber? Toma Dom Joaquim… Vai pra PQP….

domingo, 1 de maio de 2011

fuga

Moby–Slipping Away
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Slipping Away

Moby

 

All that we needed was right

The threshold is breaking tonight

Open to everything happy and sad

Seeing the good when it's all going bad

Seeing the sun when I can't really see

Hoping the sun will at least look at me

Focus on everything better today

All that I needed I never could say

Hold on to people they're slipping away

Hold on to this while it's slipping away

All that we needed tonight

Are people who love us and like

I know how it feels to need

Oh, when we leave here you'll see

Open to everything happy and sad

Seeing the good when it's all going bad

Seeing the sun when I can't really see

Hoping the sun will at least look at me

Focus on everything better today

All that I needed I never could say

Hold on people they're slipping away

Hold on to this while it's slipping away

So long

So long

Open to everything happy and sad

Seeing the good when it's all going bad

Seeing the sun when I can't really see

Hoping the sun will at least look at me

Focus on everything better today

All that I needed I never could say

Hold on to people they're slipping away

 

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Preocupo com o que os outros estão pensando a meu respeito.

Precavendo para conquistar e expandir

… e se expor demais quando há perigos reais.

 

Resisto às “pancadas” da vida .

 

Esperando menos dos outros e dos resultados.

 

Supervisiono meus pensamentos em território fértil para a frustração e decepção.

 

Reprovação dos outros para me sentir bem,

responsabilidade de atribuir meu próprio valor.

 

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“"All that I needed I never could say

Hold on people they're slipping away”

(“Tudo o que precisei eu nunca pude dizer

Agarre-se às pessoas, eles estão escapulindo”)