interessado em alguma bobagem

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

quão execrável é meu sarcasmo dissimulado?

Utilizei a estrutura convencional de um texto para escrever o último post: “premonição, a indulgência e o estado de graça –meu castigo – 2011. ” Tal fato fez com que eu desencadeasse a ignorância (ou, ira)  de uma pessoa (ou,amiga), ou simplesmente, transparecido quão “burra” ela é. “Burra”, concordo, não é um termo educado, mas, perdoem-me, é o mais adequado nesta situação.

E, já que estou condenado, segundo o ser superior ao qual me referi, eu não pude perder a oportunidade de responder-lhe de forma adequada.

Fiz questão de não mencionar sequer um trecho dos impropérios que me foram ofertados. Afinal, de quem é um presente recusado?

Talvez este seja um dos meus grandes defeitos ou virtudes – adoro um enfrentamento.

Hey ……..

(…)

Não foram entrelinhas. Foram linhas. A interpretação é algo extremamente distinto: veja tua interpretação da Bíblia, veja a minha.

Não foi meu objetivo a ironia a Deus. Nem a ironia às crenças. Na verdade, era uma confissão: eu acredito, agora, eu acredito.

Não me convenço que não outro, mas este, seja o motivo de tua revolta. Seu julgamento não é relativo a ironia, não é em relação ao respeito que devemos a Deus. É relativo a minha fé.

Confesso, não esperava nada semelhante. Então, como que desnorteado, me explique:

- Porque o seu Deus é melhor que o meu?

- Será que Deus quer que eu seja um alienado?

- Acaso é pecado ter prazer? Ser feliz? Beber ou fumar?

- Mencionar Deus a cada 10 minutos é importante para que ele saiba da sua existência? Não há formas mais adequadas de impetrar isto?

- Qual é sua definição para o verbo “julgar”?

- Quão importante você acredita que é seu julgamento?

- Acaso, seu dízimo comprou um pedaço inalienável do céu? Quantos metros quadrados?

- Ao menos, você faz sexo? Nem que seja  com o objetivo de reprodução.

- O que lhe torna superior? Qual seria o versículo que corrobora com tua crença?

- É claro, você não peca. Entretanto, qual é sua definição para:  “deixar alguém extremamente inferiorizado”?

- Sou abominável porque você não me atinge? Ou, porque, minha felicidade te incomoda?

- Seu marido, gordo, alienado e que, segundo comentários, é um mau pagador e espertalhão, dá conta do recado? Ah, esqueci, você é virgem. Ainda não tem filhos. Mas, uppppssss, não, eu me lembro de quem te comeu antes do casamento. E nem foi o dito-cujo.

- Caso frequente teu “templo” estarei redimido? (Que pergunta besta né! É claro, quantos não saem direto das penitenciárias para lá.)

- Aprendeste (apesar de acreditar ser meio difícil) o que é ironia?

- Quantas Bíblias são necessárias para esconder o seu rabo?

Ah, quer saber….

Vai orar mesmo!

Mas ora muito!

Quem:

- tem o poder de  julgar alguém como aberração;

- não aceita que o diferente obtenha redenção sem abdicar de seu prazer;

-  possui a soberba de já ter comprado o terreno do céu;

- é maior, melhor, capaz;

- e burro o suficiente para entregar parte do salário para um pastor que tem casa em Búzios e  um Audi na garagem;

, tem que orar muito mesmo.

Afff… orar o escambáu… tem mesmo é que ser humilde e humano… e, quem sabe, começar a se acostumar com o calor que vai lhe queimar no quinto dos infernos.

Mais que raiva, eu tenho pena

Abraço,

da aberração que um dia você precisou e chamou de amigo.

P.S.: 1 - Quão medíocre foi sua atitude. Deletar-me de seu Facebook é um favor que você me faz.

2 – Visite meu Blog, parte deste e-mail eu faço questão de publicar.

3 - Não se preocupe, você não será identificada, pois tudo que escrevi vale para muitos alienados e intelectualmente inferiores como você.

4 – Não se derrame em lágrimas, o que eu duvido ser possível para pessoas fracas. Saiba que por várias vezes sua soberba, quanto a sua superioridade religiosa, e não só a sua, como a de várias pessoas com a mesma alienação religiosa que a tua, me deixaram muito mal. Mas, me desculpe, eu vos perdoo… “… eles não sabem o que fazem…”

5 – Pra terminar: Você já fez sexo anal? "

Snapshot_20111221Snapshot_20111221_2Snapshot_20111221_10Snapshot_20111221_20Snapshot_20111221_23Snapshot_20111221_36

premonição, a indulgência e o estado de graça –meu castigo – 2011.

Começo este “post”, com a mesma “linha de pensamento”, com a qual comecei em 31 de dezembro de 2010: “perspectivas do purgatório na espera incansável pela abertura do portão do céu”.

181220113093

-----------------

Prólogo

(Glossário preliminar)(Fonte: Wikipédia)

Purgatório é a condição e processo de purificação ou castigo temporário em que as almas daqueles que morrem em estado de graça são preparadas para o reino dos céus.

Um castigo é uma sanção usada para reprimir uma conduta considerada incorreta.

Uma pessoa que está em estado de graça vive na amizade e amor de Deus e, se nela morrer, vai para o Céu, pela graça santificante. Por outras palavras, é aquele que não está manchado pelo pecado mortal e, portanto, é considerado santo já na Terra, até que ele caia novamente no pecado. Mas, estar neste estado não quer dizer que não tenha pecados veniais ou penas temporais devidas ao pecado para serem purificadas, necessitando por isso das indulgências e, após a morte, da purificação no Purgatório.

A indulgência é a eliminação total ou parcial das penas temporais do cristão devidas a Deus pelos pecados  cometidos, mas já perdoados pelo sacramento da Confissão, na vida terrena. A existência das indulgências é a consequência da crença católica de que o perdão obtido pela confissão não significa a eliminação das penas temporais, ou seja, do mal causado como consequência do pecado já perdoado, necessitando por isso de obter indulgências e praticar as boas obras, afim de reparar o mal que teria sido cometido pelo pecado.

181220113092

-----------------

Corpo

Como mencionado, o texto de 31 de dezembro de 2010, entremeado por meus comentários.

perspectivas do purgatório na espera incansável pela abertura do portão do céu

“De uma forma singular, naquele último dia de 2010, eu esperava por um período conturbado, a perspectiva do purgatório”

Em 7 de dezembro de 2008 eu escrevi a sociedade correndo atrás

“Foi naquele olhar arrogante
Do sem jeito, trejeito, lixo de viver
Que vi do que o tempo precisa
O que o passado realiza
E o que minha lógica não permite
Eu vi o que Deus insiste
O Diabo ironiza
E eu, finjo, não saber.”

Dois anos depois eu continuo sem jeito.

“dois anos depois eu só não percebia o quanto eu tinha amadurecido”

O Diabo ainda me ironiza e eu continuo fingindo não saber.

“Não, Tempo, não zombarás de minhas mudanças!
As pirâmides que novamente construíste
Não me parecem novas, nem estranhas
Apenas as mesmas com novas vestimentas.” Willian Shakespeare

Minhas vestimentas estão rasgadas e puídas pelo “Tempo” e, este, zomba de minha imaturidade tardia, de minhas opções erradas e de minha irresponsabilidade cotidiana.

“…e foi o Tempo, ou Deus, indulgente, que em 2011 proporcionou-me as sanções usadas para reprimir minha conduta: imatura-tardia, minhas opções erradas e minha irresponsabilidade cotidiana. Mas, não sei se atingi a purificação no 2011-Purgatório. Pois eu sou homem e peco.”

Eu tenho consciência de que estou mais irresponsável. Lá fora chove e faz o calor característico do Brasil-central. Aqui dentro há uma tempestade incontrolável e fria. Tão fria que meus sorrisos estão esparsos, falsos e amarelos.

“… e continuo irresponsável…”

Eu queria fechar o ano com boas perspectivas para 2011. Eu queria escrever um texto verde de tantas esperanças. Eu queria um texto bonito que arrancasse sorrisos. Eu queria algo que pudesse mostrar meus bons momentos. Mas eu realmente não consigo. E quando se admite não conseguir, se é muito fraco. Nada é inalcançável para aquele que labuta forte. Mas desinteressado, não quero.

“… APÊNDICE…”

Em 2010 foram incontáveis as vezes que quis pular da janela. Foram expressivamente mais longos meus minutos tristes. Entretanto conheci e me aproximei de pessoas maravilhosas. E muitas foram as que se distanciaram, algumas passaram e outra, sem dúvida, vão sempre permanecer.

“Em 2011 não foram minutos. Foram horas e dias tristes. Houveram chegadas, abandonos, distanciamentos. Mas, como nunca d’antes, eu soube o que é despedida, saudade e ausência.”

Em fevereiro de 2010, em um texto retratando o tempo que passei longe do blog (o que aconteceu em menos de um ano), escrevi que “fui ao inferno e voltei”.

Para tal tenho uma coletânea de citações:

“As pessoas que me dizem que eu vou para o inferno e elas vão para o céu de certa forma deixam-me feliz de não estarmos indo para o mesmo lugar.” Mark Twain

“Acredito que estou no inferno, portanto estou nele.” Rimbaud

“Rimbaud, eu tive oportunidade de passar temporadas no inferno, entretanto, não quero voltar nele.”

“No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise.” Dante Alighieri

“Alighieri, no inferno, os lugares mais quentes são reservados àqueles que permaneceram distantes (neutros em tempo de crise). Mas é um calor tão frio. É uma ausência de conforto e colo.”

“Tenho juízo, mas não faço tudo certo, afinal todo paraíso precisa de um pouco de inferno!” Martha Medeiros

Em 2010 eu fui ao inferno novamente. No caminho de volta perdi um pouco o senso de direção. Pensei ter parado no Limbo, mas cometi pecados demais. Estou a tempo demais no meu Purgatório. Arrependendo-me de meus pecados. Temo que o arrependimento seja tardio demais e não me permitam passar pelo portão do Paraíso.

“Em 2011,

eu passei temporadas no inferno.

Não sei se soube o caminho de volta.

Descobri que nem sabia ao certo o que era o Purgatório.

Agora,

eu ainda não sei ao certo

se sei.

Não me arrependo de meus pecados,

eles me fazem forte,

eles me tornam único.

Não me arrependo,

esta é a única forma de ser sincero ao confessa-los.

Não me arrependo.

Eu duvidei de um “reino dos céus”.

Não me recordo de ter sido tão sincero

como quando pude conversar com quem perdi.

Não perdi.

Eu sei que eles estão ali.

Conduta

Castigo

E, estado de graça

aprendi

Aprendi muito.

Se foram estas as penas temporárias,

não sei.

Na verdade, não sei tantas coisas.

Não sei nada.

Não quero a indulgência pela indulgência

Eu quero valer a pena

Eu quero valer a pena

E eu sou a oportunidade,

de que pessoas que não estão aqui,

digam que valeu a pena.

Eu sou salvaguarda de esquecimento.

Eu posso suscitar exemplo.

Pouco importa o tempo, o momento

eu estou vivo.

Perpétuo é quem não desiste.”

tres

-----------------

Apêndice

No ano anterior, no texto aludido e cá comentado, eu reconheci minhas fraquezas. Evocando a situação premonitório do ano passado. Para 2012:

Eu quero me esvair de dançar

Eu quero ter dores na mandíbula de sorrir

Eu quero beijar na rua

Eu quero andar de mãos dadas

Eu quero retribuir sorrisos nada disfarçados

Eu não preciso desejar, eu sou igual e único.

Eu quero ser feliz.

 

Agreste e emancipado

Autônomo

Fagueiro e insubmisso

vou abarcar a vereda,

qualquer,

aquiescer empecilho,

com estes,

crescer, evoluir.

Refutar cabalmente minha postura cabiscaída.

Ter fé.

Fé.

(confesso que fé não pertencia ao meu vocabulário antes de 2011)

-----------------

Posfácio

Eu não tenho o  direito de não mencionar:

Eu sou feliz.

(em cores e sem bordas ou quinas)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

para reconhecer-te… um espelho escuro dentro do eu-“eu mesmo”

vivo

recluso

vi

vi-medo

i-medo

medo

do

S.O.S.

---

medo

e-medo

e-me…ail

jail

“Se escrever esta coluna, queria reproduzir uma parte do seu email, sem dar o seu nome nem a cidade onde vc vive, é claro. Vc me autorizaria a reproduzi-lo, sem identificá-lo?


Se sim, gostaria de saber mais um pouco sobre vc e sobre o ataque homofóbico ao seu amigo. Queria saber um pouco mais de como é viver com medo, de como é viver sem poder contar quem se é. Enfim, tudo o que vc me contar vai ajudar enormemente as pessoas a entenderem o que vc vive. E também que tipo de ataque sofreu o seu amigo e como ele está.”

e-m… ail

“…sempre é mais forte o relato quando a pessoa se identifica. Por outro lado, vc precisa avaliar os riscos para vc. Quando seu depoimento for publicado na coluna, todos saberão que vc é vc. Daqui, eu não posso nem ajudá-lo a avaliar, porque não estou na sua pele nem sei como é a sua vida cotidiana …”

---

eu?

“…duvidar de tudo e de todos, afinal, qualquer um pode dizer que é uma pessoa e ser outra…”

---

Murb Enaile… eu?

---

Eu?

---

Eu na verdade nem sei quem eu sou.

---

“Mas eu não sei na verdade quem eu sou!
Já tentei calcular o meu valor
Mas sempre encontro o sorriso e o meu paraíso é onde estou
Eu não sei na verdade quem eu sou!

Perceber da onde veio a vida,
Por onde entrei deve haver uma saída,
Mas tudo fica sustentado pela fé!
Na verdade ninguém sabe o que é!

Velhinhos são crianças nascidas faz tempo!
Com água e farinha eu colo figurinha e foto em documento!
Escola é onde a gente aprende palavrão...
Tambor no meu peito faz o batuque do meu coração!”

a interprete menos e o teor mais…

Elis ou Daniela Mercury….

Tem letras, poemas, que independem de qualquer interpretação.

 

Como nossos pais

Belchior (Simplesmente fantástica tio Bel)

Viver é melhor que sonhar…

 

Você me pergunta pela minha paixão…

 

Não quero lhe falar meu grande amor
Das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
E eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa
Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram
E o sinal está fechado pra nós
Que somos jovens
Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço
O seu lábio e a sua voz
Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantada
Com uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
O cheiro da nova estação
E eu sei de tudo na ferida
Viva do meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua
Cabelo ao vento gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito tudo que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos

Ainda somos os mesmos e vivemos
Como nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que eu tô por fora
Ou então que eu tô inventando
Mas é você que ama o passado e que não vê
É você que ama o passado e que não vê
Que o novo sempre vem
Hoje eu sei que quem me deu a idéia
De uma nova consciência e juventude
Tá em casa guardado por Deus
Contando o vil metal
Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito tudo
Tudo tudo que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como nossos pais

 

        
que o novo sempre vem

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

minha ausência de valores: cínico (glossário)

“O cínico é por norma uma pessoa inteligente e com elevado sentido de humor. Observa a realidade que o rodeia de um prisma diferente do indivíduo comum e não hesita em questionar regras e valores institucionalizados e adquiridos como verdades absolutas e inquestionáveis.”

Cínico?