interessado em alguma bobagem

quinta-feira, 30 de junho de 2011

porque eu ganhei com Bolsonaro

“Após comemorar com a frase "Chuuuuupa viadada" o arquivamento da representação contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) nesta quarta-feira (29) no Conselho de Ética da Câmara, seu filho, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PP), disse à Folha que vai responder na mesma moeda todas as acusações que sofrer.” Folha.

Eu sou Brasileiro.

Chuuuuuupaaaaaa Bolsonaro:

“Eu tenho de transcrever. Um pequeno plágio, desculpe KK.”

 

Porque você não precisa. (uma pequena contribuição ao 28 de junho)

Hoje é dia do Orgulho LGBT e as Blogueiras Feministas convocaram uma Blogagem Coletiva sobre o tema.

E, como sempre, para cada movimento que o movimento (!) LGBT dá, uma enxurrada de ações contrárias emerge de um limbo de preconceito, ignorância, má fé e, claro, homofobia.

É difícil identificar o pior ou o mais desonesto dos argumentos usados pelos homofóbicos para atacar a luta LGBT ou para mascarar seu preconceito. Mas uma leitura só um pouco mais atenta desses discursos raivosos e infundados pode ajudar a identificar alguns tristes padrões.

O primeiro é a ideia de que a luta em questão tem por objetivo (ou por consequência, que seja) a retirada de alguns direitos dos homens-brancos-heterossexuais-classemédia-cristãos. Simples: conceder direitos a minorias não serve nem nunca servirá a retirar direitos dos demais. Conceder direitos a minorias serve a EXCLUIR privilégios, condição obviamente não desejada por um Estado Democrático de Direito baseado na igualdade e na garantia dos direitos fundamentais. E se você sustenta, assim, que a luta LGBT pretende lhe retirar direitos, assume com isso (ainda que não oficialmente) que não quer abrir mãos de seus privilégios e de seus... preconceitos.

Em segundo lugar, vem o discurso dos que sustentam que a luta LGBT pretende fazer de todos homossexuais, criando a malfadada heterofobia. Se anos de uma estrutura social heteronormativa não alcançaram o resultado (e nem seriam, por óbvio) de convencer todos a assumirem uma orientação heterossexual, mesmo com toda força das muitas instituições sociais que a apoiam, o que te faz pensar que o contrário seria possível? Eu só queria que a força do seu medo, não te impedisse de ver o absurdo de seu argumento e de seu... preconceito.

Ou ainda você pode dizer que sua opinião, seu #orgulhohetero, são apenas a manifestação de sua liberdade de expressão, de seu direito de sustentar não gostar do "sujeito com outra orientação sexual". Em sua posição PRIVILEGIADA, esquece, mais uma vez que o "direito à livre expressão do pensamento não se reveste de caráter absoluto, pois sofre limitações de natureza ética e de caráter jurídico. É por tal razão que a incitação ao ódio público contra qualquer pessoa, povo ou grupo social não está protegida pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão." Sua pretensa liberdade de expressão, ainda que antecedida pelo já clichê "eu não sou preconceituosa" ou "eu até tenho amigos gays" serve apenas como uma auto-escusa de consciência e para esconder seu... preconceito.

E se, por último, você diz ser legítimo não desejar um funcionário homossexual, apenas porque é seu "direito" assim proceder, é sua escolha, assim como aquele "escolheu ser homossexual", mais uma vez seu argumento é desonesto e de má fé. Afinal, apenas um pouco de boa vontade e informação leva ao conhecimento de que a homossexualidade é orientação e não opção. Mas você, sim, escolheu seu... preconceito.

 

E, por favor, não use a Constituição Federal para sustentar seu discurso homofóbico. Sua função está longe de ser esta que você propõe. Sua função é exatamente a contrária, como disse a Min. Carmen Lúcia: "Contra todas as formas de preconceito, contra quem quer que seja, há o direito constitucional."

 

 

 

 

 

Aí:

“Aí um amigo querido entra no blog e comenta "te amo". Dia ganho...
Amo tu, Ju, você é a minha prova mais querida que brigar e lutar valem a pena, sempre. Você pode achar que não, mas é exemplo e vencedor (clichezão né, mas deu para entender!) ” KK.

 

Aí… Chupaaaaaa Bolsonaro.

Porque lutar vale a pena. Vencedor nem sempre é aquele que sai com a vantagem do placar, mas aquele que tem a cabeça erguida.

sábado, 25 de junho de 2011

a dança do invisível

- Eu só segui o fluxo.

“Eu seria infeliz se fosse feliz”

- Não fui eu quem mais mudou. Mudaram comigo.

- …

-Isso é hoje. Ah! Ontem um pouco.

- …

- Mas, não vai ser sempre assim.

- …

“Os sonhos não são perfeitos. Eles se tornam realidade, não liberdade.”

- É cansaço. Não de cansaço, cansaço. É um cansado de um modo geral. Uma falta de vontade. Tem muita coisa que eu não sei explicar.

- …

- Eu sei sim. Não sou muito paciente, mas espero. E tipo, eu tenho meus planos. Mas eu sei estragar tudo que espero demais.

- ….

- É. Eu sei. Tudo não está ali para que se possa tirar o melhor proveito possível.

- …

- Quer saber? Eu sou ansioso, confuso e inseguro quando olho para minha imagem refletida no espelho.

-…

- Nem que seja condenável, mas eu me afoguei no meu passado.

- …

- Ah, isto? São as marcas das correntes e dos cadeados.

- …

- Lembrança?

- …

- Eu guardo mais é meu medo de fundo de gaveta.

- …

- Eu respeito. Eu sei respeitar as regras. É como um ensaio.

- …

- Já pensou se eu lhe chamasse para dançar?

- …

- Não, eu sei que isso não me torna menos idiota e egoísta. Torna?

- …

- É simples, eu só não quero o resto do mundo conosco.

- …

- Oh baby, digamos que… ah… sei lá… cometemos erros.

- …

- Não sou bom para com o outro? Mas na dança, tem quem há de conduzir.

- …

- O que está havendo? Nada? É, estou mesmo confuso.

- …

- Foi como no ensaio. Você pisa no meu pé nos passos mais difíceis.

- …

- Faz sentido.

- …

- Ajuda? Não, não é preciso.

- …

- Pega uma cerveja pra mim. Ah, vê se deixei o isqueiro ai na cozinha. Caramba, como eu sou mestre em perder meus isqueiros.

- …

-Agora? Cara, por mim, eu não sei de mais nada.

- …

- Nossa! Boa mesmo essa música.

- …

- Não, me desculpe. Eu estou cansado. Muito cansado.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

o sibilar dos anjos na balada de um palhaço

“Nem tudo o que é torto é errado. Veja as pernas do Garrincha e as árvores do cerrado.”
Nicolas Behr

 

lago2

 

Há dias que concretizo toda as minhas pesquisas quanto as conversas do palhaço.

É de digestão difícil beber das fontes inesgotáveis da esperança.

E não há desistência… há discussão entre a quebra do paradigma da loucura e da normalidade.

 

Sou eu cidadão.

Sou eu consumidor.

Sou eu frente ao mundo mercadológico.

Sou eu frente a ruptura.

Sou eu frente ao passado de escolha.

Sou eu ideologia.

E eu fui Engenheiro.

Mas explorei o sarcástico caminho do ser Ambiental.

 

Desenvolvido junto ao público de algo programado e nada experimental.

São estreias formais de derrotas diligentes.

Conduzimos o encontro do real e do ridículo.

Oferecendo o pluralismo do: Eu palhaço.

Sem riso ou sim.

Num nível de interação público tal que a interferência do cotidiano urbano não perde o hábito…

… de tornar-me mister na arte do palhaço.

Mantendo-me com fôlego

…sem desistir do coletivo (des)necessário.

 

E cenário?

Fato.

Ponto.

 

“As vezes a mais pura verdade mora na simplicidade !”

 

Não há apreensão estética…

não há mímica…

não há canto…

Não há de existir possibilidade de novo…

 

Há apenas: O que dizer? / Como dizer?

 

Há o que não se pode responder.

E há um momento “todas as respostas”.

E o palhaço retoma o riso e o carma de fazer sorrir.

Do sibilar do anjo vem mais que a “contação de história” ou toda e qualquer musicalidade.

Vem a mais pura de todas as verdades.

 

Não há mais técnica de improvisação…

não há mais quem queira o foco

há silêncio

e não há quem queira o verdadeiro nariz do palhaço.

 

O Bufão perde o compasso…

… é inebriante o final de “O Lago dos Cisnes”1 de Tchaikovsky.

 

lago3

 

 

Eu pinto novamente a cara.

 

 

 

 

“Em caráter, em comportamento e em todas as coisas, a suprema excelência está na simplicidade.”

Henry Longfellow

E aquele lugar lá na frente foi seu. Mais um minuto e tudo que sonhou foi verdade. Não há no mundo quem não entenda sua felicidade. Que o lugar é seu. É de quem nasceu para brilhar. A hora da estrela vai chegar. Ninguém vai duvidar. Não hoje, não mais, nem nunca, jamais.2

 

 

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Ao cidadão desconhecido que reavivou meu sorriso de palhaço.

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1: O Lago dos Cisnes (em russo: Лебединое Озеро, Lebedinoye Ozero) é um balé dramático em quatro atos do compositor russo Tchaikovsky e com o libreto de Vladimir Begitchev e Vasily Geltzer. A sua estreia ocorreu no Teatro Bolshoi em Moscovo no dia 20 de fevereiro de 1877, sendo um fracasso não por causa da música, mas sim pela má interpretação da orquestra e dos bailarinos, assim como a coreografia e a cenografia. O balé foi encomendado pelo Teatro Bolshoi em 1876 e o compositor começou logo a escrevê-lo. (Fonte: Wikipédia)

2: Livre adaptação do texto de “A hora da estrela” do Pato Fu.