interessado em alguma bobagem

quinta-feira, 29 de abril de 2010

o presente que remete a um revival

Hoje eu voltei ao passado.
Hoje eu fui um pouco menos sábio.
Hoje, talvez, eu tenha sido carne.
Verdades de hoje me expurgam ao tapa de ontem.
Fui fraco, às vezes uma surra erguia exata.
Hoje eu fui mais homem.
Hoje eu não fui.
Só hoje.
Lembrei do não de amigos...
Lembrei da solidão de ontem...
Lembrei de como se bebe uma dúzia de cervejas sozinho.
Cai.

terça-feira, 27 de abril de 2010

ponderando os julgamentos

Escutamos sonoras vaias, através de colocações baseadas em pequenas impressões que não refletem a realidade.
Depois de passar pelo tema “sonhos”, resolvi analisar melhor o que julgamos ser “julgar”.
A concepção que obtemos das coisas mesmo sem conhece-las completamente é o que podemos denominar “julgar”. Mas para se julgar, na maioria das vezes, não é necessário o uso da expressão “você é”. Pelo contrário, julgar é muito mais simples do que parece. É muito fácil julgar. Nossas impressões momentâneas de alguém ou algo é um julgamento inocente. Julgar é mais do que o verbo “ser”, julgar através do “estar” é mais sutil. E não pensem que a sutileza é uma forma gentil, pelo contrário aproxima tanto as pessoas da falsidade quanto da covardia de mostrar o que pode parecer mais óbvio do que nunca. Muito do que disfarçamos não ter a completa certeza é estar: Estou triste. Mas este pouco se difere do: Sou triste. Na verdade julgamos nosso estado de espírito de uma forma covarde, fugindo do que realmente acontece. Covardes, preferimos parecer a realmente ser.
O tal do "Julgamento" é uma coisa tão complexa que julgamos estar sendo julgados. Mas na verdade é apenas a constatação de algo que realmente é inevitável. Vivemos para julgar: quem é mais legal... termos como amigo; quem é mais interessante... termos como amante. Julgamos como injusto o ente que nos julga de forma que julgamos errada. Ser julgado e discordar é padecer de uma aceitação que nunca será completa.
Se julgar fosse pecar, estaríamos sem dúvida vivendo em um verdadeiro inferno. Neste caso, as Igrejas deveriam ter como nova campanha: “Não use adjetivos”. Nada mais julgar do que adjetivar. O adjetivo é o mais claro julgamento, em neologismo: julgativo. Cansei de julgar, eu quero ir para o céu, pessoas legais.

domingo, 25 de abril de 2010

para que um passarinho venha cantar na minha janela

NÃO BELO MONTE

http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Energia-sim-Belo-Monte-nao/

Aproveitem e assinem esta petição para a manutenção da preservação de nossas florestas.

o que nem precisamos explicar... é haver todos os dias um novo dia.




Vidrar Vel Til Loftarasa - Sigur rós.


Ég Læt Mig Líða Áfram
Í Gegnum Hausinn
(Hugsa) Hálfa Leið
Afturábak
Sé Sjálfan Mig Syngja Sem
Fagnaðarerindið Við Sömdum Saman tyooo...
Við Áttum Okkur Draum
Áttum Allt
Við Riðum Heimsendi
Við Riðum Leitandi
Klifruðum Skýjakljúfa
Sem Síðar Sprungu Upp
Friðurinn Úti
Ég Lek Jafnvægi
Ég Dett Niður
Ég Læt Mig Líða Áfram
Í Gegnum Hausinn
Ég Kem Alltaf Niður Aftur Á Sama Stað
Alger Þögn
Ekkert Svar
(En) Það Besta Sem Guð Hefur Skapað
Er Nýr Dagur



Mais do que entender....


Um Dia Perfeito Para Bombardeamentos - Sigur rós.

Deslizo para a frente através da minha mente,
penso metade do tempo ao contrário.
Vejo-me a cantar
A canção que escrevemos juntos.
Tivemos um sonho,
tivemos tudo.
Fomos até ao fim do mundo,
fomos à procura.
Subimos arranha-céus
que depois explodiram,
já não havia paz.
Perdi o balanço e caí para trás
Deslizo para a frente
através da minha mente,
volto sempre ao mesmo lugar
Silêncio
sem resposta
A melhor coisa que Deus criou
é haver todos os dias um novo dia.



(Vale muito a pena assistir a este clipe. Há muito tempo eu esperava escrever algo sobre ele, mas faltava coragem de ser tão sincero. Vale assistir todos os clipes desta banda islandesa, Sigur Rós. Prova de que algumas coisas que queremos dizer são universais. Jónsi, o vocalista, que acaba de lançar um disco solo, homossexual assumido, relaciona-se há alguns anos com Alex Somers. Felicidades garotos. Fotos lindas de se ver http://jonsiandalex.com/. Novas músicas de Jónsi: http://jonsi.com/)

sábado, 24 de abril de 2010

outra visão de "Para você guardei o amor - Nando Reis"

Achei para você.
A explicação de quase tudo.
Guardar, sem conseguir provar.
Traz, quem entender.
Silêncio de guardar.
"Sem ter porque."
Amor que sempre quis mostrar.
Ou coisa outra qualquer
Tive e recebi, livre e feliz.
O que ele diz?
Jeito meu de mostrar.

... o ser fernando pessoa.


O amor é que é essencial
Fernando Pessoa
O AMOR é que é essencial
O sexo é só um acidente.
Pode ser igual
Ou diferente.
O homem não é um animal:
É uma carne inteligente,
Embora às vezes doente.

excomunhão do conjugar o "ser"

Hoje... conversei com o passado.
Passado - Presente, ausente?
Flertei quem fui e descobri melhor quem sou.
Há passado pretérito.
Há passado ruína.
E quando somos ruína, relíquias?

Hoje... passei pelo presente.
Presente - Futuro, ausente?
Flertei com a luz do que posso ser.
Há presente ( silêncio ).
Há presnte simples.
E quando estamos "sendo", não "somos"?

Hoje.. sonhei com o futuro.
Futuro - Presente, ausente?
Flertei em não ser quem sou.
Há futuros certos-incertos.
Há futuros regrados.
Futuros felizes, sem ser feliz?

E... tudo bem..
Eu me desculpo por ser quem sou.

Eu posso...
Ser feliz...
Poder chorar...
Ter medo de mim...
Ficar pelos cantos...
Gritar alto...
Ter medo de mim...
e... orgulhar...

Ter uma visão de um mundo nada sério e inteligente.


Eu não me arrependo nem por um minuto.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

desistir

Existem dias que não estamos dentro de nós mesmos. A sinusite do inferno faz não querer estar em lugar algum. O horizonte fica perto. E o que seriam os momentos bons se não houvessem aqueles nos quais não queriamos existir. Mas eu espero que em algum lugar, alguém sinta falta.
Saudade do colo de minha mãe. Saudade daquela cumplicidade que não tenho me permitido ter. Eu só queria poder ter um abraço. Um abraço de verdade. Crescer dói muito. E eu não me sinto bem em lugar algum. Vontade de dizer "Mãe te amo". Vontade.

minutos semi-nus

A ilha da compania interrompe.
Reage com mesmisses intensas
Palavras incompletas
Falas altas.
Impensar as micro-situações de ontem.
Desaparecer...
regular...
Ou interromper o passado de sentir.
Esquecer.
Situar.
Sentir?
sofismos discretos....
Irremediavél

quinta-feira, 15 de abril de 2010

quanto valem os sonhos?

Depois de mais um dia de trabalho, reuniões que nem sempre cumprem o seu real objetivo, retorno sempre pelo mesmo caminho. À pé, olhos baixos, ouvidos atentos. Horário no qual todos saem da labuta e imaginam aquela recompensa de fim de mês. Algumas suadas, outras delegadas, muitas desmerecidas.

Três adolescentes, de um programa municipal de trabalho para jovens carentes, cruzam meu caminho. Olhos atentos, sorrisos brancos e largos contrastantes com a tonalidade de pele de um moreno jambo. Faceiras como diria-se antigamente. Entretanto, de um tipo de pessoas que não me despertam nenhum interesse. Parece soberba, mas é só sinceridade... suburbanas.

"...90 reais daria para comprar o tênis que eu sonho."

O valor do tênis do sonho daquela garota, a mais cheinha, marcou meus tímpanos. A imagem do tênis eu não consigo formar, me angustia. Parece que diminui o passo, ou parecia que o mundo girava um pouco mais devagar. Sonho... A palavra sonho não me saiu da cabeça. Ergui meus olhos e com tudo um pouco mais devagar olhei quem passava de carro, quem sorria num ponto de ônibus, um casal que brigava em silêncio, um menino que arrastava a mãe, dois amigos de meia idade que gargalhavam do outro lado da avenida. Olhei bem cada rosto, cada olhar e não consegui descobrir nada de sonho. Quais seriam seus sonhos? Quanto valeriam seus sonhos? Com o mundo rotacionando devagar, tive tempo de olhar para trás, assemelhando-me a um boçal a olhar mulheres interessantes na rua. Senti-me pequeno, minúsculo, invisível. Tive vontade... sonho... de correr atrás da garota pegá-la pelo braço e pedir que ela me dissesse como era aquele tênis, onde encontraria aquele tênis, dizer que queria dar-lhe aquele tênis. Era uma oportunidade única de realizar um sonho, mas eu me encolhi e fui mediocre como sempre fui. Abaixei novamente a fronte, quis pensar em comida, música, sexo e baladas, mas não, o sonho não me permitia pensar em mais nada.
Incomodado abri a carteira, nada mais do que 40 e poucos reais. Parece brincadeira, mas sofri imensamente. Acendi um cigarro, e por esquece-lo de levar a boca, o vento e o tempo fumaram. Lembrei meus sonhos de infância, meus sonhos confusos de adolescente e dentre minhas certezas de adulto, percebi que meus sonhos atuais não tem preço. Não posso comprar minha felicidade, o abraço que queria ter ao chegar em casa, o sorriso bobo depois de um beijinho de encontro, a mão dada na balada, o olhar de saciedade depois do gozo de amor. Tem olhares que não tem preço. Acredito que a idade faz com que a conta bancária não compre sonhos. Acredito que a garota gordinha também possua sonhos sem preço. Sonhos tais como o cabelo e o corpo da Aline Morais, ou quem sabe sonhos mais ousados, como noites com o Matheus Solano.
Eu cheguei em casa e continuei a mesquinhez de não parar de pensar em meus sonhos, quis criar asas, flertei Kafka e sonhei ser barata.
Quis não parar de sonhar. Lembrei dos senhores de meia idade que gargalhavam e tive medo de não me permitir sonhar em algum tempo.

domingo, 11 de abril de 2010

as mãos plantadas nos quadris firmes


nem sempre significa
refutá-lo
nem sempre comporta-se...
profundamente, mas com leveza
pune-se
o que havia sido dito
....

despertar compaixão
embora perdoável
não havia nenhum patamar
mas, assim, ademais do depois
fode-se
...irrelevante
acaba-se
arrebatando atentamente
destrói-se
...outra coisa a não ser nos incidentes
amamos
afirmar que "aprecio"
julgamos
com as mãos plantadas nos quadris firmes
vivemos
a gentileza de voltar amanhã

pune-se
o engano
retrocede-se
mudar de opinião
tenta-se denovo
resmungar consigo mesmo
não entende-se
renunciar o estritamente necessário
tem que se...
admitir
ouvir muito
esperar na sala ao lado
mudar muito
para distinguir pormenores
tentar muito
adaptar as circunstâncias


porque eu não entendo
esforços para absolvição


absolver do que?

terça-feira, 6 de abril de 2010

sorrisos perdidos por ai...

Não conseguiram fazer-me sofrer...
Mas tem tentado roubar os meus sorrisos
Eu escondi.
Tão bem escondido que não tenho achado onde.

o "partido" sem advérbios depois de sofrer

Nem sei bem como reagir em situações como esta que acabaram de acontecer.
Não sei se posso classificar como pena, mas nem é bem isso.
Não tenho pena, tenho é pena do que ainda terá que passar para ser uma pessoa que mereça um pouco mais de respeito.
O meu, respeito, ele ainda não tem por completo, nem sei se é possível que tenha.
A situação é complicada, eu fico entre dois.


Sem advérbios.


Me comporto como uma pessoa que não quer tomar partido.
Será que tenho que escolher a opção de gostar mais?
Tomar o tal do "partido".

Acusações graves.


"... seu amante."


"... meu colega..."


"...cena no cantinho da boate da minha cabeça."


"Pura casca, sepulcros caiados."


"Continua arrasando."


Envolvimento não só dele e de você. Na posição dele, para ser mais "homem", possuir mais hombridade, ficaria calado.
A "tempestade" que se aproximou e torrenciou sobre o ciclo, só ocasiona mal, principalmente a ele.
Às vezes é melhor ficar calado e esquecer.
Na falta de "partido", acabo sendo o falso, atuando, e representando um clássico"leva e traz".
Fico rodeado de situações constrangedoras.


Como foi tudo, como poderia ter sido... Mas e eu?
Ninguém se importa muito com o que eu tenho para dizer e eu não me faço escutar.
Será que não é somente isto que eu quero para mim?
Não, não é.
Por vários momentos eu tive um monte de coisas entaladas para falar, não se deram ao menor trabalho de escutar.
Quem é o "palhaço" que está a todo momento tentando solucionar os problemas que na verdade nem são meus.
Prefiro deixar acontecer e ficar aqui bem amuadinho num canto onde não seja possível que ninguém me veja.
Passou por mim, hoje, de carro, na rua, buzinou e mandou um beijo.
Eu lembrei que não sofri nem um pouquinho que seja.
Será que eu deveria ter sofrido?
Não.


Tinha que falar alguma coisa... meio que o "engasgo" saiu...
Há coisas que são muito ruins para que um amigo ouça.
Colega, casca ou somente um epitáfio do que passou.