interessado em alguma bobagem

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

quão execrável é meu sarcasmo dissimulado?

Utilizei a estrutura convencional de um texto para escrever o último post: “premonição, a indulgência e o estado de graça –meu castigo – 2011. ” Tal fato fez com que eu desencadeasse a ignorância (ou, ira)  de uma pessoa (ou,amiga), ou simplesmente, transparecido quão “burra” ela é. “Burra”, concordo, não é um termo educado, mas, perdoem-me, é o mais adequado nesta situação.

E, já que estou condenado, segundo o ser superior ao qual me referi, eu não pude perder a oportunidade de responder-lhe de forma adequada.

Fiz questão de não mencionar sequer um trecho dos impropérios que me foram ofertados. Afinal, de quem é um presente recusado?

Talvez este seja um dos meus grandes defeitos ou virtudes – adoro um enfrentamento.

Hey ……..

(…)

Não foram entrelinhas. Foram linhas. A interpretação é algo extremamente distinto: veja tua interpretação da Bíblia, veja a minha.

Não foi meu objetivo a ironia a Deus. Nem a ironia às crenças. Na verdade, era uma confissão: eu acredito, agora, eu acredito.

Não me convenço que não outro, mas este, seja o motivo de tua revolta. Seu julgamento não é relativo a ironia, não é em relação ao respeito que devemos a Deus. É relativo a minha fé.

Confesso, não esperava nada semelhante. Então, como que desnorteado, me explique:

- Porque o seu Deus é melhor que o meu?

- Será que Deus quer que eu seja um alienado?

- Acaso é pecado ter prazer? Ser feliz? Beber ou fumar?

- Mencionar Deus a cada 10 minutos é importante para que ele saiba da sua existência? Não há formas mais adequadas de impetrar isto?

- Qual é sua definição para o verbo “julgar”?

- Quão importante você acredita que é seu julgamento?

- Acaso, seu dízimo comprou um pedaço inalienável do céu? Quantos metros quadrados?

- Ao menos, você faz sexo? Nem que seja  com o objetivo de reprodução.

- O que lhe torna superior? Qual seria o versículo que corrobora com tua crença?

- É claro, você não peca. Entretanto, qual é sua definição para:  “deixar alguém extremamente inferiorizado”?

- Sou abominável porque você não me atinge? Ou, porque, minha felicidade te incomoda?

- Seu marido, gordo, alienado e que, segundo comentários, é um mau pagador e espertalhão, dá conta do recado? Ah, esqueci, você é virgem. Ainda não tem filhos. Mas, uppppssss, não, eu me lembro de quem te comeu antes do casamento. E nem foi o dito-cujo.

- Caso frequente teu “templo” estarei redimido? (Que pergunta besta né! É claro, quantos não saem direto das penitenciárias para lá.)

- Aprendeste (apesar de acreditar ser meio difícil) o que é ironia?

- Quantas Bíblias são necessárias para esconder o seu rabo?

Ah, quer saber….

Vai orar mesmo!

Mas ora muito!

Quem:

- tem o poder de  julgar alguém como aberração;

- não aceita que o diferente obtenha redenção sem abdicar de seu prazer;

-  possui a soberba de já ter comprado o terreno do céu;

- é maior, melhor, capaz;

- e burro o suficiente para entregar parte do salário para um pastor que tem casa em Búzios e  um Audi na garagem;

, tem que orar muito mesmo.

Afff… orar o escambáu… tem mesmo é que ser humilde e humano… e, quem sabe, começar a se acostumar com o calor que vai lhe queimar no quinto dos infernos.

Mais que raiva, eu tenho pena

Abraço,

da aberração que um dia você precisou e chamou de amigo.

P.S.: 1 - Quão medíocre foi sua atitude. Deletar-me de seu Facebook é um favor que você me faz.

2 – Visite meu Blog, parte deste e-mail eu faço questão de publicar.

3 - Não se preocupe, você não será identificada, pois tudo que escrevi vale para muitos alienados e intelectualmente inferiores como você.

4 – Não se derrame em lágrimas, o que eu duvido ser possível para pessoas fracas. Saiba que por várias vezes sua soberba, quanto a sua superioridade religiosa, e não só a sua, como a de várias pessoas com a mesma alienação religiosa que a tua, me deixaram muito mal. Mas, me desculpe, eu vos perdoo… “… eles não sabem o que fazem…”

5 – Pra terminar: Você já fez sexo anal? "

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premonição, a indulgência e o estado de graça –meu castigo – 2011.

Começo este “post”, com a mesma “linha de pensamento”, com a qual comecei em 31 de dezembro de 2010: “perspectivas do purgatório na espera incansável pela abertura do portão do céu”.

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Prólogo

(Glossário preliminar)(Fonte: Wikipédia)

Purgatório é a condição e processo de purificação ou castigo temporário em que as almas daqueles que morrem em estado de graça são preparadas para o reino dos céus.

Um castigo é uma sanção usada para reprimir uma conduta considerada incorreta.

Uma pessoa que está em estado de graça vive na amizade e amor de Deus e, se nela morrer, vai para o Céu, pela graça santificante. Por outras palavras, é aquele que não está manchado pelo pecado mortal e, portanto, é considerado santo já na Terra, até que ele caia novamente no pecado. Mas, estar neste estado não quer dizer que não tenha pecados veniais ou penas temporais devidas ao pecado para serem purificadas, necessitando por isso das indulgências e, após a morte, da purificação no Purgatório.

A indulgência é a eliminação total ou parcial das penas temporais do cristão devidas a Deus pelos pecados  cometidos, mas já perdoados pelo sacramento da Confissão, na vida terrena. A existência das indulgências é a consequência da crença católica de que o perdão obtido pela confissão não significa a eliminação das penas temporais, ou seja, do mal causado como consequência do pecado já perdoado, necessitando por isso de obter indulgências e praticar as boas obras, afim de reparar o mal que teria sido cometido pelo pecado.

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Corpo

Como mencionado, o texto de 31 de dezembro de 2010, entremeado por meus comentários.

perspectivas do purgatório na espera incansável pela abertura do portão do céu

“De uma forma singular, naquele último dia de 2010, eu esperava por um período conturbado, a perspectiva do purgatório”

Em 7 de dezembro de 2008 eu escrevi a sociedade correndo atrás

“Foi naquele olhar arrogante
Do sem jeito, trejeito, lixo de viver
Que vi do que o tempo precisa
O que o passado realiza
E o que minha lógica não permite
Eu vi o que Deus insiste
O Diabo ironiza
E eu, finjo, não saber.”

Dois anos depois eu continuo sem jeito.

“dois anos depois eu só não percebia o quanto eu tinha amadurecido”

O Diabo ainda me ironiza e eu continuo fingindo não saber.

“Não, Tempo, não zombarás de minhas mudanças!
As pirâmides que novamente construíste
Não me parecem novas, nem estranhas
Apenas as mesmas com novas vestimentas.” Willian Shakespeare

Minhas vestimentas estão rasgadas e puídas pelo “Tempo” e, este, zomba de minha imaturidade tardia, de minhas opções erradas e de minha irresponsabilidade cotidiana.

“…e foi o Tempo, ou Deus, indulgente, que em 2011 proporcionou-me as sanções usadas para reprimir minha conduta: imatura-tardia, minhas opções erradas e minha irresponsabilidade cotidiana. Mas, não sei se atingi a purificação no 2011-Purgatório. Pois eu sou homem e peco.”

Eu tenho consciência de que estou mais irresponsável. Lá fora chove e faz o calor característico do Brasil-central. Aqui dentro há uma tempestade incontrolável e fria. Tão fria que meus sorrisos estão esparsos, falsos e amarelos.

“… e continuo irresponsável…”

Eu queria fechar o ano com boas perspectivas para 2011. Eu queria escrever um texto verde de tantas esperanças. Eu queria um texto bonito que arrancasse sorrisos. Eu queria algo que pudesse mostrar meus bons momentos. Mas eu realmente não consigo. E quando se admite não conseguir, se é muito fraco. Nada é inalcançável para aquele que labuta forte. Mas desinteressado, não quero.

“… APÊNDICE…”

Em 2010 foram incontáveis as vezes que quis pular da janela. Foram expressivamente mais longos meus minutos tristes. Entretanto conheci e me aproximei de pessoas maravilhosas. E muitas foram as que se distanciaram, algumas passaram e outra, sem dúvida, vão sempre permanecer.

“Em 2011 não foram minutos. Foram horas e dias tristes. Houveram chegadas, abandonos, distanciamentos. Mas, como nunca d’antes, eu soube o que é despedida, saudade e ausência.”

Em fevereiro de 2010, em um texto retratando o tempo que passei longe do blog (o que aconteceu em menos de um ano), escrevi que “fui ao inferno e voltei”.

Para tal tenho uma coletânea de citações:

“As pessoas que me dizem que eu vou para o inferno e elas vão para o céu de certa forma deixam-me feliz de não estarmos indo para o mesmo lugar.” Mark Twain

“Acredito que estou no inferno, portanto estou nele.” Rimbaud

“Rimbaud, eu tive oportunidade de passar temporadas no inferno, entretanto, não quero voltar nele.”

“No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise.” Dante Alighieri

“Alighieri, no inferno, os lugares mais quentes são reservados àqueles que permaneceram distantes (neutros em tempo de crise). Mas é um calor tão frio. É uma ausência de conforto e colo.”

“Tenho juízo, mas não faço tudo certo, afinal todo paraíso precisa de um pouco de inferno!” Martha Medeiros

Em 2010 eu fui ao inferno novamente. No caminho de volta perdi um pouco o senso de direção. Pensei ter parado no Limbo, mas cometi pecados demais. Estou a tempo demais no meu Purgatório. Arrependendo-me de meus pecados. Temo que o arrependimento seja tardio demais e não me permitam passar pelo portão do Paraíso.

“Em 2011,

eu passei temporadas no inferno.

Não sei se soube o caminho de volta.

Descobri que nem sabia ao certo o que era o Purgatório.

Agora,

eu ainda não sei ao certo

se sei.

Não me arrependo de meus pecados,

eles me fazem forte,

eles me tornam único.

Não me arrependo,

esta é a única forma de ser sincero ao confessa-los.

Não me arrependo.

Eu duvidei de um “reino dos céus”.

Não me recordo de ter sido tão sincero

como quando pude conversar com quem perdi.

Não perdi.

Eu sei que eles estão ali.

Conduta

Castigo

E, estado de graça

aprendi

Aprendi muito.

Se foram estas as penas temporárias,

não sei.

Na verdade, não sei tantas coisas.

Não sei nada.

Não quero a indulgência pela indulgência

Eu quero valer a pena

Eu quero valer a pena

E eu sou a oportunidade,

de que pessoas que não estão aqui,

digam que valeu a pena.

Eu sou salvaguarda de esquecimento.

Eu posso suscitar exemplo.

Pouco importa o tempo, o momento

eu estou vivo.

Perpétuo é quem não desiste.”

tres

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Apêndice

No ano anterior, no texto aludido e cá comentado, eu reconheci minhas fraquezas. Evocando a situação premonitório do ano passado. Para 2012:

Eu quero me esvair de dançar

Eu quero ter dores na mandíbula de sorrir

Eu quero beijar na rua

Eu quero andar de mãos dadas

Eu quero retribuir sorrisos nada disfarçados

Eu não preciso desejar, eu sou igual e único.

Eu quero ser feliz.

 

Agreste e emancipado

Autônomo

Fagueiro e insubmisso

vou abarcar a vereda,

qualquer,

aquiescer empecilho,

com estes,

crescer, evoluir.

Refutar cabalmente minha postura cabiscaída.

Ter fé.

Fé.

(confesso que fé não pertencia ao meu vocabulário antes de 2011)

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Posfácio

Eu não tenho o  direito de não mencionar:

Eu sou feliz.

(em cores e sem bordas ou quinas)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

para reconhecer-te… um espelho escuro dentro do eu-“eu mesmo”

vivo

recluso

vi

vi-medo

i-medo

medo

do

S.O.S.

---

medo

e-medo

e-me…ail

jail

“Se escrever esta coluna, queria reproduzir uma parte do seu email, sem dar o seu nome nem a cidade onde vc vive, é claro. Vc me autorizaria a reproduzi-lo, sem identificá-lo?


Se sim, gostaria de saber mais um pouco sobre vc e sobre o ataque homofóbico ao seu amigo. Queria saber um pouco mais de como é viver com medo, de como é viver sem poder contar quem se é. Enfim, tudo o que vc me contar vai ajudar enormemente as pessoas a entenderem o que vc vive. E também que tipo de ataque sofreu o seu amigo e como ele está.”

e-m… ail

“…sempre é mais forte o relato quando a pessoa se identifica. Por outro lado, vc precisa avaliar os riscos para vc. Quando seu depoimento for publicado na coluna, todos saberão que vc é vc. Daqui, eu não posso nem ajudá-lo a avaliar, porque não estou na sua pele nem sei como é a sua vida cotidiana …”

---

eu?

“…duvidar de tudo e de todos, afinal, qualquer um pode dizer que é uma pessoa e ser outra…”

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Murb Enaile… eu?

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Eu?

---

Eu na verdade nem sei quem eu sou.

---

“Mas eu não sei na verdade quem eu sou!
Já tentei calcular o meu valor
Mas sempre encontro o sorriso e o meu paraíso é onde estou
Eu não sei na verdade quem eu sou!

Perceber da onde veio a vida,
Por onde entrei deve haver uma saída,
Mas tudo fica sustentado pela fé!
Na verdade ninguém sabe o que é!

Velhinhos são crianças nascidas faz tempo!
Com água e farinha eu colo figurinha e foto em documento!
Escola é onde a gente aprende palavrão...
Tambor no meu peito faz o batuque do meu coração!”

a interprete menos e o teor mais…

Elis ou Daniela Mercury….

Tem letras, poemas, que independem de qualquer interpretação.

 

Como nossos pais

Belchior (Simplesmente fantástica tio Bel)

Viver é melhor que sonhar…

 

Você me pergunta pela minha paixão…

 

Não quero lhe falar meu grande amor
Das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
E eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa
Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram
E o sinal está fechado pra nós
Que somos jovens
Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço
O seu lábio e a sua voz
Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantada
Com uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
O cheiro da nova estação
E eu sei de tudo na ferida
Viva do meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua
Cabelo ao vento gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito tudo que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos

Ainda somos os mesmos e vivemos
Como nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que eu tô por fora
Ou então que eu tô inventando
Mas é você que ama o passado e que não vê
É você que ama o passado e que não vê
Que o novo sempre vem
Hoje eu sei que quem me deu a idéia
De uma nova consciência e juventude
Tá em casa guardado por Deus
Contando o vil metal
Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito tudo
Tudo tudo que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como nossos pais

 

        
que o novo sempre vem

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

minha ausência de valores: cínico (glossário)

“O cínico é por norma uma pessoa inteligente e com elevado sentido de humor. Observa a realidade que o rodeia de um prisma diferente do indivíduo comum e não hesita em questionar regras e valores institucionalizados e adquiridos como verdades absolutas e inquestionáveis.”

Cínico?

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

a filosofia de um caminho ingrato

- Como assim tenho tudo?  Até parece que sou um ingrato!

- Existe felicidade?

- (rs) Existe!

- Como? Onde?

- Desejo pela felicidade. Acredito que a felicidade é reconhecer-se nesse estado de graça.

- Eu ando sem graça.

- (rs)

- Acho que prefiro o bucólico do… nostalgia.
Quando foi a ultima vez que teve dor de barriga de rir?

- Humm...
Ae é pegar pesado!

- E qual vai ser a próxima vez?

- Quando eu me perder.

- Estar feliz é estranho, nem sempre é quando rolamos no chão de rir. Isso é desprendimento, é liberdade. Estranho, estar livre de amarra, livre, pra mim é um precipício.

- Talvez sua interpretação da liberdade confronte com sua base moral. Por isso, ao encarar a liberdade, busque a libertinagem nela.

- Ufff… isso doeu.

- O quê?

- A palavra, apesar de clichê, libertinagem.

- (rs) Sem amarras, sem julgamentos morais, sem isso ou aquilo. Não há um certo absoluto, nem um errado também. Admiro a sua moral.

- … moral…

- A sua pessoa,
a sua porra louquice
e a sua sensatez…

- Quem sou eu?

- Um não aceite.  Mutilação de tudo o que poderia vir a ser. Antropofagia negativa. Regurgitar-se diante da vida. Enquanto você grita por ela.

domingo, 20 de novembro de 2011

escritos no verso de uma certidão de óbito

Eu escutei a voz doce: “meu filho”

Senti um afago invisível daquela mão enrugada.

Ouvi a risada gostosa

e pude reparar num relampejo os dentes amarelados pelo cigarro.

Escutei aquela tosse de um senhor

enrolado em cobertores que recordo da infância.

 

É como se os três estivessem ali me acompanhando…

Próximos, reconfortando minha despedida…

Me empurrando para um “viva”.

 

Eu visitei meus pais

Estive em Patrocínio.

Era dia de Finados

Eu não contive as lágrimas frente aquela lápide marrom e fria.

Recém construída.

Passei uma semana em casa… família… pai, mãe e ponto.

Se passaram 4 meses

E pareceu ontem.

A perda é algo que não passa

as lembranças são algo que sempre estarão ali.

 

Na rodoviária, aguardando um ônibus que sempre atrasa

Indo pra casa, não, saindo de minha casa…

Eu tive um momento nostálgico

Numa cópia da Certidão de Óbito do Sr. Honorico Corrêa de Melo

descrevi minha saudade

Transcrevo o que redigi no verso:

 

Da arte de esquecer da saudade

Minha presença foi repentina

Relampejo

Ausência

Mais uma vez: ausência

É um medo estranho

Quanto medo eu tenho destes vínculos quebrados

Boletos para os quais não encontro o dinheiro que pague

É uma holerite de vida desbotada

É um espaço de cheque assinado que não preencho

É uma tristeza de graça

É um desfazer fácil de sorriso

Sobre a lápide, fotos de sorrisos raros

existência humilde, luxúria,

avareza, amor

pecados

virtudes

passou

A proximidade da Honorana me deixa pálido, esquálido,  fraco

escuto o barulho do vento

me transporto para a porteira do curral

o gado e o estrume

a calça com o tecido puído

a memória da agulha fazendo remendos

sinto o cheiro do silo

subir o barranco e alcançar a jabuticabeira

eu consigo me lembrar dos três degraus

marcados na terra do silo abandonado

o cheiro de mexerica

a grande amoreira

o pé de manga, garagem do trator

é como se ainda pudesse ler cada paragrafo

de cada livro que li ali

E por ironia

me recordo exatamente de: “Sozinha no mundo – Marcos Rey”

naquele fundo da casa velha

depósito de defensivo de gado

o rego seco

a peneira, os lambaris

a represa

a passagem do gado sobre o córrego

a pastagem seca

a pastagem verde

e eu escuto aqui sentado na rodoviária o barulho do vento

como eu gostava de sentado naquela porteira

olhar a infinidade da pastagem

em direção ao “corguim”

e escutar o barulho do vento

barulho de vento

Era desejo de minha avó

que minha mãe ficasse com a sede da Honorana

mais que nunca

Eu quero a sede da Honorana.

Como as notícias presentes me tornam triste.

Eu amei muito minha tia.

Era alguém por quem tinha verdadeiro fascínio.

Penso se não era inocência infantil

Mas era o “melhor arroz do mundo”

Pior que antes de ódio

é tristeza

decepção

muita tristeza.

Tenho ímpetos de cólera

De apagar razão

soltar impropérios

mas só identifico meus soluços.

É Patrocínio.

Minha presença

um vazio indescritível que encontro aqui.

Eu me senti de uma forma “feliz-mal”

em uma espera de preenchimento

que nunca finda

Não há o que preencha

Há o que disfarce

Mas não tem fim

Talvez seja bem isso que denominamos

LUTO

O pior luto, é aquele por quem está vivo.

Rodoviária de Patrocínio, 14:18, 4 de novembro de 2011

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Remete a: http://momentosdesinteressados.blogspot.com/2011/07/minha-heranca-na-terra-da-fazenda.html

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

minha ira que não derramou uma só lágrima

313839_274525239236461_100000369608433_948585_2111061192_nÀs vezes eu choro de raiva. (IRA)

Não é um sentimento nada nobre, mas eu confesso que tenho ele guardado aqui dentro de mim. Talvez se assemelhe a rancor.... talvez seja rancor.

Mas... mas nada, ele está aqui num espaço maior do que eu queria. Ele esta guardado, trancafiado, num quarto do qual eu não me recordo onde deixei a chave.

É engraçado. Parece feio, chulo e digno dos “menores” falar dos sentimentos ruins. O modus vivendi nos impõe uma condição de ser perfeito, de sublimar nossos defeitos.

Defeitos? E, quem define o que é defeito? Quem define o que é qualidade?

E no rol dos “pecados capitais”, novamente o “Sr. modus vivendi”, determinou que a inveja tem que ser boa. Senão…. Ah! A lança da justiça do convívio dilacera-te. É infame. Digno de sodomia.

E do alto da minha intelectualidade, de filme Hollywoodiano, séries americanas, novelas da Globo, Jornal Nacional e Veja, eu me recordo de algo mais ou menos assim: “Moral é ver a vida passar do jeito que os outros querem e não da forma como você pode.” 

Assim, entre dentes, dispostos ao “bater-ponto” no maior baile de máscaras, este mesmo que frequentamos todo dia, disfarça-se, maquia-se o real conceito de se desejar o que é de outrem? Daquela maneira humilde (porque “ser humilde” é como tratado de boa índole): “Eu estou com uma inveja boa. ” Inveja boa é o caralho.  Não existe inveja boa. Não existe inveja ruim. Inveja é inveja, e ponto.

Eu tenho inveja. E que atire a primeira pedra aquele que não tem. Eu tenho inveja de quem chega em casa e tem um abraço. Eu tenho inveja de quem tem colo. Eu tenho inveja de quem não enfrenta qualquer tipo de preconceito. Eu tenho inveja até do sorriso mais sincero dos meninos que jogam bola no campinho de futebol atrás do meu prédio. Amenizando: mas é inveja boa. Ah tá: é INVEJA.

Retomando o termo “humildade”: humilde é um “pateta” que não sabe valorizar sua essência. Eu não me sinto confortável ao lidar com pessoas que transparecem humildade, essas pessoas que usam de uma fragilidade sutil para serem bem quistas. Humildade é frequentemente confundida com simplicidade. Simplicidade é transparência, é o “não ter rodeios”.

Então, quanta arrogância não!

Eu driblei e driblo a cada esquina uma infinidade de rótulos. Portanto, se em virtude do mencionado acima, encontra-te em condição de julgar. Arrogante, prazer! (SOBERBA)

LUXÚRIA: quanta hipocrisia não querer saciar seus desejos de carne. Seu desejo mais profano de um noite inteira de sexo. Daquele momento sutil de se saciar de gente. Do gozo. Prazer. Sexo. Sexo. Sexo. Sexo. Nós vivemos por sexo. Trabalhamos por sexo. Ganhamos nosso orçamento para saciar nossa vontade de sexo. Nos divertimos com a intenção de sexo de fim de noite. Puritanismo imbecil. O orgasmo, o gozo é a melhor sensação que experimentamos. E, infame, nascemos de uma gozada. Na verdade nós não passamos de porra e ovulo. Nos somos estrógeno e testosterona. Ademais, é só o caminho. Sinceramente, quão felizes são as pessoas de vida fácil: unem o útil ao agradável.

Avarentos, juntamos o que de mais sujo há na sociedade. Nos recolhemos em função de nosso “bem-estar”. Sedentos de sempre poder mais e mais e mais e mais. A AVAREZA não é pecado, é resultado.

Há pecados menores, aos quais nem me atento a comentar. Quem nunca dormiu até sentir o corpo doer? (PREGUIÇA) Quem nunca comeu até ficar com aquela sensação de “moleza”? (GULA)

 

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Hoje eu confesso, eu tive vontade de jogar tudo pro alto, desaparecer mesmo, mudar de nome, começar de novo... Às vezes a gente começa de novo e nem percebe. Mas como minha cicatriz no rosto, algumas coisas não se apagam.

Hoje eu tive vontade de sentar no meio-fio da rua e chorar, aquele choro de soluço mesmo, que precisa de colo de mãe. Colo de mãe. Colo de mãe. Mas eu não tive lágrimas. Eu tenho sido seco. Acho que a sociedade me imprimiu um sorriso de farsa e uma dureza falsa.

As lágrimas ficaram presas em algum engarrafamento de minhas memórias. E o tráfego ficou muito congestionado, na chegada, na minha cama, debaixo do edredom que abafou meus soluços.

Tal qual talco, eu disfarço uma rigidez de rocha. Penso, que, quem sabe, isso seja uma real fortaleza. Não sei. Eu esqueci como é um choro público, o deixar fluir de lágrimas. A sensação de cócegas na bochecha.

Hoje eu pensei em futuro. Hoje eu senti uma inveja incalculável dos andarilhos. Hoje eu sonhei em ser andarilho “quando crescer”.

Eu me senti desconfortável comigo mesmo. Eu, que não sou um hábil engolidor de sapos, engoli, melhor, guardei todos os devaneios para um post de um blog.

Quão medíocre!

Hoje eu tive, tenho, raiva do mundo, de sorrisos, de tudo que possa parecer feliz.

E de todos, o meu maior defeito é que eu sei mentir muito bem para mim mesmo.

Hoje meu choro não foi assim completamente de raiva. Tinha muito de tristeza. Tinha muito de vontade de ser aceito. Tinha muito de ausência.

Tinha lágrimas de vontade de me sentir em casa.

Mais um começo. Até quando?

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

licitação de uma verdade no país Corrupção– 3089 lembro com carinho que esvaiu

Eu moro no Brasil.

E por que, às vezes, é constrangedor confessar que se tem orgulho de ser brasileiro?

O Brasil é um país no qual a justiça possui uma venda que transparece de acordo com o poder:

  • Salvatore Cacciola deixou a prisão depois de um prejuízo de R$ 1,6 bilhão ao tesouro brasileiro.
  • Jaqueline Roriz foi filmada recebendo uma bolsa de dinheiro para caixa dois e foi absolvida.
  • Nenhum mensaleiro foi preso. Pior: vários deles foram reeleitos.
  • Wagner Rossi (ex-Ministro da Agricultura) foi acusado de mandar esconder provas. Nada mal, se as provas não fosse toneladas de feijão destinada a prefeituras de cidades brasileiras nas quais há brasileiros que passam fome.
  • Wagner Rossi foi acusado em público por um empresário de cobrar propina de 2milhões de reais em uma licitação. O empresário foi afastado do pregão e a propina que corresponde a 3670 vezes o salário mínimo brasileiro? Ninguém sabe. Ninguém viu.
  • A paixão nacional, futebol, foi vítima de um esquema de desvio de dinheiro que mirava as gordas verbas da Copa. A Operação Voucher desmontou um esquema que desviou no mínimo 4 milhões de reais dos cofres públicos.
  • Palocci multiplicou por 20 seu patrimônio nos quatro anos em que esteve na Câmara --período imediatamente posterior à sua passagem pelo Ministério da Fazenda, no governo Lula.
  • Esquema de cobrança de propinas em obras federais da pasta e mencionou o envolvimento de assessores diretos do ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.
  • Ministério das Cidades libera recursos para obras classificadas como irregulares pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e que age a favor de empresas que, juntas, doaram cerca de R$ 15 milhões em 2010 para campanhas eleitorais do PP.
  • A senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), líder do governo no Congresso, foi acusada de usar parte da cota de passagens do Senado para custear a viagem de sete parentes, amigos e empresários do Maranhão para Brasília.
  • O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), usou um helicóptero da Polícia Militar do Maranhão para passear em sua ilha particular duas vezes neste ano.
  • ….

 

Bezerra da Silva, ledo engano:

“Se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão…”

 

Longe dos 9 dígitos, participo de um processo de inventário.

Os conflitos familiares, tornaram, esta, uma situação limite.

Os trocados, fizeram o que era pouco, esvaecer.

De amor, carinho, compreensão e vinculo, não recordo mais.

Ser acusado de algo que não procede dói.

Ser inocente, ser justo e ser brasileiro, tornam-te sujeito a vergonha pública.

E nestes casos?

Há justiça?

Dói saber que é vitima de algo vil de alguém por quem se mantém, ou manteve, um carinho de quase mãe.

Hoje sou cacos.

 

Eu tive o sonho de tardes gostosas na varanda da casa de vovó.

E eu que passei por muito

eu que fui forte…

me sinto fraco.

Impotente.

Eu não sei quando vou superar.

Eu não superei.

 

ausência de Dona Ana e Seu Norico…

havia o mais singelo carinho…

defesa de um ambiente harmônico…

… era pouco, e se acabou.

 

3089

Foram manhãs perfeitas

e o amor virou rancor.

sábado, 6 de agosto de 2011

letras

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mentiras inocentes

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Eu estou feliz.

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Porque aquilo que não se pode tocar dói mais que a ferida mais profunda?

 

Ando com a alma inflamada.

 

Conviver é mais complexo que os cálculos mais abstratos

O abstrato das relações ocupa tempo

E apesar de “abstrato”, sabe fazer doer

Um ardido incomodo para o qual o analgésico é somente o enfrentamento.

Mas nem sempre a coragem de homem é suficiente

E eu que não tenho medo de vaca.

Tenho medo de morte

e de depois de morte.

 

Os subterfúgios permeiam a nossa existência

E essa evasão do que não se vê é impossível.

Quanto mais se esconde mais evidencia-se.

E não estar sozinho, dentro de si mesmo, cansa.

Exaurido

Tornei-me ténue frente o mundo.

O tempo leva-me vitalidade

E da experiência que obtenho só tenho sabido obter a fragilidade.

Não tenho mais aquele olhar determinado

Não tenho mais a vivacidade

Não tenho mais o gargalhar fácil

E do idealista?

Sobrou o mais real.

 

Será que este é o ator eu frente a um personagem de espetáculo frustrado?

 

Goiânia me apunhalou

cortando pontos de uma ferida ainda não cicatrizada.

Há o que nunca sara

E pensar mais que o usual é arrebatador

 

Mas a verdade é simples

 

Estou só

 

Só não: estou eu, meu álcool e meu cigarro.

E estar só frente a uma infinidade de relações vulgares

te torna excepcional

é como se ninguém percebesse

que por trás de abraço

por trás de carinho, beijo ou cafuné

há algo fétido

há “o que isso proporciona”

E mais egoísta do que beber cerveja sozinho

é pensar assim

é não permitir que invadam seu espaço

é não permitir-se sorrir.

_________________

 

Escrevo isso em um papel de publicidade que encontrei num passeio solitário pela Praça Cívica.

Estou sentado em frente ao monumento às três raças

(não sei se este é o verdadeiro nome)

São 00:36 de uma noite de sexta

agosto

Hoje eu resolvi não ter companhias

Em casa, transcreverei integralmente no Momentos.

sábado, 30 de julho de 2011

o labirinto nos caminhos de Juberlândia

“Juberlândia... Onde as árvores nos oferecem delírios, ao invés de sombra e os pássaros não sabem voar, pois ficam babando no chão... Nessa terra, não há porta nem janelas, pois as casas são abertas. Na Juberlândia, todos são bem-vindos, desde que invertam a lógica: camiseta é nas pernas e calça é nos braços... Te adoro, amigo!”

Jonh Moreira

___________________

bobo, fiquei mais nostalgico ainda

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Qual é o segredo do amor?

Não falo do “amor-sexo”, que é tesão e pele.

Mas sim o “amor presença ausente”

O amor adimensional

O prazer de graça.

meio ar-livre, meio universo

e neste meio, completo

Aquele de olhar, sutil, de sorrisos mais que canto de boca

despudorado

Aquele que a intromissão no seu eu é indiferente.

O amor que sintetiza a realidade de que não existem distâncias

É fanático, louco e anárquico…

mas antagônico que completa

um sentir bem, distante, perto

Parece feito por experimentos cuidadosamente formulados…

é acaso.

É amor tapa e beijo.

É amor.

 

é meu “amor-sy”

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Amor que releva casus belli

Pois eu acredito que as pessoas com as quais, você, tem as maiores discussões, são aquelas com as quais você tem a relação mais sincera.

 

_______________________

 

E por isso eu transcrevo um post de 2 de abril de 2008.

 

sobre o que sei entre você e eu

Acho que a gente forma uma dupla dinâmica.

Estou aqui a um tempo pensando o que escrever. E sério, vou falar exatamente tudo o que vier em minha cabeça, sem reler, nem nada...

Eu sei que cobro muito de você. Eu sei que sou intransigente e às vezes até mesmo mal educado. Eu sei que posso ser um besta e um tremendo de um chato. Sei que num sei pedir desculpa...

Tenho cobrado bastante. Sei que você pode muito bem pensar que nunca me agrada. Mas você pode ter certeza que meus finais de semana não são os mesmos depois que te conheci. Você é muito importante pra mim e o que eu mais quero é sem dúvida seu bem... Sei que é difícil escutar "eu te amo" de minha boca, e também sei o quanto isso é importante pra vc... Importante porque você se apresenta carente e sensível... Uma sensibilidade que não tenho... Sou frio... e mal nesse sentido.

Quando você disse que o melhor era se afastar de mim, senti um aperto tão grande que nem sei explicar.

É egoísta meu jeito de não aceitar as pessoas assim como elas são, mas eu sou assim, e preciso mudar. você tem me auxiliado muito nesta questão. Sei que mudamos juntos. Assim como eu fico chateado contigo, você tem todo o direito de também ficar chateada comigo por isso.

Sua carência e sensibilidade são totalmente desnecessárias. Eu sei o quanto você é forte. Muito mais forte do que imagina. Uma pessoa que viveu tudo que você viveu e tem o sorriso mais lindo do mundo?

Eu que não sei pedir perdão. Eu que não sei reconhecer meus erros. Continuo insistindo em que mude suas atitudes, pois só é assim que eu vou conseguir mudar as minhas. Preciso de sua presença que me contagia e que me faz uma pessoa feliz. Mas preciso do meu espaço e às vezes tenho mesmo essa necessidade besta de ficar sozinho.

Não quero ser o melhor amigo de todos os tempos apenas de uma última semana. Eu quero permanecer. Você nem sabe o quanto é importante. Mesmo aqui meio dopado eu te confesso que choro.

Te amo. Me entenda.

(por testemonial via Orkut a uma pessoa muito importante pra mim)

 

____________________________

 

 

E assim, quero que saiba que você está entre as pessoas mais importantes que já passaram por minhas linhas tortas de vida.

Eu te amo mais que lasanha.

E você sempre está em parte de meus mais verdadeiros sorrisos.

 

 

De um cara

que ama muito

uma garota chamada Synara Santana

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quinta-feira, 21 de julho de 2011

lista de desejos (Wishlist)

Eu desejo:

  1. falhar muito
  2. quebrar a cara
  3. perder uns dentes
  4. cair da sacada
  5. ralar o joelho
  6. quebrar os óculos
  7. levar pancada na cabeça e ver o mundo girar
  8. errar mais um pouco
  9. perder carteira e ficar duro
  10. tropicar e perder a pele da cabeça do dedão
  11. cortar o supercílio e sangrar até ver minha pressão abaixar
  12. curtir a vista escurecer
  13. levar o maior dos tapas na cara
  14. chorar
  15. chorar de dor
  16. amar
  17. chorar de amor

 

Porque assim eu erro menos,

e depois eu erro mais um pouco…

 

perco…

 

  1. deixo de ter o proveitoso ou necessário, que possuo
  2. sofro dano, ruína
  3. desperdiço
  4. dissipo
  5. menosprezo
  6. deixo de gozar, de atender
  7. deixo passar despercebido
  8. decaio meu conceito, crédito
  9. esqueço
  10. perco a vergonha, a educação, a cortesia
  11. sou vencido
  12. erro caminho e não acho saída
  13. arrebato-me, desvairo-me, desoriento
  14. entrego-me aos vícios
  15. perverto
  16. peco
  17. e caio em desuso

e assim erro menos.

 

desinteressado ao dobrar a esquina do cotidiano

 

 

“I wish I was a sacrifice

but somehow still lived on

I wish I was a sentimental

ornament you hung on

the Christmas tree, I wish I was

the star that went on top

I wish I was the evidence

i wish I was the grounds

for fifty million hands up raised and opened toward the sky

I wish I was a sailor with

someone who waited for me”

 

 

alguém que esperasse por mim não poderia sofrer

desculpe-me

quarta-feira, 13 de julho de 2011

a popularidade intimista que convidou “eu-mesmo”

deixo perceber os princípios de meu espelho.

Legítimo: moletom com capuz.

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Propósitos não puros, não genuínos.

Não é minha autenticidade que conquista,

(eu não sou conquista,

meu eu-eu mesmo não é auto-estima)

são retratos de menino que caiu nos buracos de coelho de Lewis Carroll

E isso que o “eu” mostra no sorriso.

 

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Não é meu caderno escolar ou laudo,

é o bem/mal pensado transpirar sangue e lágrimas.

 

Sou abusado dia-a-dia pelo “eu”.

Meu “eu-sou” sofre assédio moral do “eu-querem”.

sinto  abandono.

convoco num capricho:

“eu” ímpeto de cólera

e

quando vem?

“Opimião”

“Curltura”

“Relijião”

“Pulítica”

 

“Fami-gerada-lia”

------------------

Celebro meus descasos com a felicidade de

estar em casa.

Vibro com meu mais singelos rompantes

de dizer: “eu amo”

 

Na rua lateral, está tudo pronto.

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E eu posso ser o Exterminador do Futuro

ou sugerir “não pense”

levitar

com 1000 ferraduras sob os pés.

 

Encarar de modo …

… desdém que acompanha ….

…liberdade de lixo…

Não há empecilhos …

Eu fico deprimido?

… para ver com simplicidade.

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Minha quantidade imensa de frustrações é a maneira mais fantasiosa de respeitar o modo como eu me livro de todas elas.

 

Profano

Faço piada com o perigo?

 

Com meu pai

converso mais de 27 segundos , pelo telefone.

Com minha mãe

discuto a cada dez minutos.

Com “eu”

faço o desvio da felicidade há 27 anos.261931_234177989937853_100000369608433_791219_1620893_n