interessado em alguma bobagem

sábado, 6 de agosto de 2011

mentiras inocentes

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Eu estou feliz.

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Porque aquilo que não se pode tocar dói mais que a ferida mais profunda?

 

Ando com a alma inflamada.

 

Conviver é mais complexo que os cálculos mais abstratos

O abstrato das relações ocupa tempo

E apesar de “abstrato”, sabe fazer doer

Um ardido incomodo para o qual o analgésico é somente o enfrentamento.

Mas nem sempre a coragem de homem é suficiente

E eu que não tenho medo de vaca.

Tenho medo de morte

e de depois de morte.

 

Os subterfúgios permeiam a nossa existência

E essa evasão do que não se vê é impossível.

Quanto mais se esconde mais evidencia-se.

E não estar sozinho, dentro de si mesmo, cansa.

Exaurido

Tornei-me ténue frente o mundo.

O tempo leva-me vitalidade

E da experiência que obtenho só tenho sabido obter a fragilidade.

Não tenho mais aquele olhar determinado

Não tenho mais a vivacidade

Não tenho mais o gargalhar fácil

E do idealista?

Sobrou o mais real.

 

Será que este é o ator eu frente a um personagem de espetáculo frustrado?

 

Goiânia me apunhalou

cortando pontos de uma ferida ainda não cicatrizada.

Há o que nunca sara

E pensar mais que o usual é arrebatador

 

Mas a verdade é simples

 

Estou só

 

Só não: estou eu, meu álcool e meu cigarro.

E estar só frente a uma infinidade de relações vulgares

te torna excepcional

é como se ninguém percebesse

que por trás de abraço

por trás de carinho, beijo ou cafuné

há algo fétido

há “o que isso proporciona”

E mais egoísta do que beber cerveja sozinho

é pensar assim

é não permitir que invadam seu espaço

é não permitir-se sorrir.

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Escrevo isso em um papel de publicidade que encontrei num passeio solitário pela Praça Cívica.

Estou sentado em frente ao monumento às três raças

(não sei se este é o verdadeiro nome)

São 00:36 de uma noite de sexta

agosto

Hoje eu resolvi não ter companhias

Em casa, transcreverei integralmente no Momentos.

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