não quero
nunca quis
não preciso mudar
sou assim irregular
tenho uma tempestade
uma trovoada na língua
e uma turbulência, onde guardo as reações
entretanto,
posso ser acalento
tsunami em verbos
mas,
pluma em sentidos
anarquia
não flerto com ponteiro de relógio
odeio regras
e planos
faço piada
amo enfrentamentos
confrontos
gosto de discórdia
não levo nada tão a sério
“
Why so serious?
”
tenciono beijos
pós escarro
incomodo?
sim
incomodo
do combate?
vejo o brilho das cicatrizes
e do afago
reconheço o sublime entre as linhas
intenso
inconsequente
cínico
adjetivos que não me incomodam
prefiro reflexo
à arte
minha arte é marginal
vulgar
e minha mediocridade
é excêntrica
inédito
no corriqueiro
mas sou o tudo
do nada
e tão nada
frente à tudo
sofro na calmaria.
…
outrora
postei “há calma”
desconstruí
“
A calma vem da celeuma.
A calma encontra as frestas do calor da discussão.
A calma é acalorada. É algazarra de fim de noite.
A calma é prima da polêmica.
A calma vem dos pensamentos sórdidos de noites mal dormidas.
A calma é arrebatadora.
A calma faz chorar, doer.. é um louco, demente.
A calma vem singela jogando charme.
E conquista como um desejo sexual.
A calma é ereção.
O gozo é o desamparo.
O cigarro, o desapego.
A vida é casual.
A calma é o sucesso do acaso.
A calma vem do desespero do vício
A calma vem do segredo da dúvida.
”
busco
em frestas
cantos
fissuras
brechas
onde estaria a calma?
talvez,
bem perto de Hypnus,
que rouba meu sono,
ou do juízo
que foi comprar pão,
nunca mais voltou.
onde estaria a calma?
na rua
que não consegui mandar ladrilhar
…
mantém-se empoeirada
absorta de consequências.
…
Se a felicidade fosse uma festa,
eu seria o inconveniente,
que mostra a janta
pré digerida
no tapete de entrada.
Da calma,
eu prefiro uma dose de desassossego.
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