história que minha mãe contou…

Assim:

Uma mulher foi atropelada na esquina logo acima de minha casa. Uma senhora humilde e muito calada. O silêncio talvez em virtude da resistência em morar no centro da cidade mesmo sem possuir o que possa manter tal ostentação.

Enquanto era atendida pelos bombeiros, sangrando muito em virtude da longa distância a que foi arremessada,  bateu com o rosto, marcado pelo tempo, no chão.

Curiosos se reunirão.

E aquela voz, que se antes tinha sido ouvida havia sido esquecida, esvaia-se com o mantra: “Não me deixe morrer!”

Em virtude do susto, a senhora que dirigia também teve de ser atendida. O carro ostentava a marca do corpo da senhora estendida logo ali no para-brisas.

Robusta esta frase: “Não me deixe morrer!”

Tão forte que torna ainda mais frágil a motorista, que assume adjetivo: reles.

“Não me deixe morrer!” reflete a necessidade do tempo, a importância de tempo.

E nos torna covardes.

Mas aquela mulher não, ela estava ainda mais forte ao tentar fugir, ao tentar crescer, ao ser ouvida.

Segundo minha mãe, ela não chorou.

Ela morreu? Não sei. Mas após aquele minuto, combalida e rodeada pelos urubus sociais ávidos por sangue, ela foi ouvida.

Passei diversas vezes pelo muro que o tempo fez o favor de mostrar os tijolinhos e o reboque “pau-a-pique”, pelas janelas de um marrom descolorido pelo sol e poucas foram as vezes que vi algo mais belo que aquelas trincas no umbral da porta.

A mulher sem nome, sem voz.

Atropelada pelo tempo que a esqueceu, ergueu-se na memória de quem não percebia nada além daquelas trincas.

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Yellow

Yellow – Coldplay

Look at the stars,

Look how they shine for you,

And everything you do,

Yeah, they were all yellow

I came along,

I wrote a song for you,

And all the things you do,

And it was called Yellow

So then I took my turn,

Oh what a thing to've done,

And it was all Yellow

Your skin

Oh yeah, your skin and bones,

Turn into something beautiful,

Do you know?

You know I love you so,

You know I love you so

I swam across,

I jumped across for you,

Oh what a thing to do

'Cos you were all yellow,

I drew a line,

I drew a line for you,

Oh what a thing to do,

And it was all yellow

And your skin,

Oh yeah your skin and bones,

Turn into something beautiful,

Do you know?

For you I'd bleed myself dry,

For you I'd bleed myself dry

It's true, look how they shine for you,

Look how they shine for you,

Look how they shine for...

Look how they shine for you,

Look how they shine for you,

Look how they shine...

Look at the stars,

Look how they shine for you,

And all the things that you do