interessado em alguma bobagem

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

das incontáveis páginas guardadas…

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De todos meus vícios, que são muitos, ultimamente, o que mais me consome é a escrita.

Muitas das minhas respostas estão em  páginas rotas, impregnadas de tabaco. Riscadas, rasuradas, sujas. Ademais, nunca completas. Aliás, não há nada completo. Nunca haverá. Completo é a sequência de crônicas, contos, versos e frases soltas, já escritas desde o primeiro traço tribal.

Da introdução das próximas 3 doses do Momentos desinteressados: "Já frequentei tantas festas mundanas na noite que não me atrevo a contabilizá-las. Notívago, o explícito anuviado da noite me atrai mais que o incerto asseio do dia. "

Sei que no “Brasil ideb”, ler e escrever tornou-se medíocre. Algo que se tem até uma pontinha de vergonha. Sim vergonha. Receio do rótulo: arrogante pseudo-intelectualóide.

Intelectualóide?

Numa pesquisa banal do oráculo moderno fui apresentado ao termo/conceito. ( “Qual a diferença de um intelectual e um intelectualóide?” )

Sou um ignorante. Não que seja humilde, longe disso, meu ego ultrapassa todos meus caminhos.

Nunca consegui entender a regra das crases. Sou um péssimo acentuador de palavras.

Não escrevo bem. Nunca serei o “Juber Henrique Andrade Assis de Alencar”.

Escrevo mediocridades, fatalidades, bestialidades e futilidades.

Desculpe-me. Alguns fumam ou bebem ou malham ou são felizes ou arrotam ou julgam ou simplesmente passam.

Eu fumo, bebo, nunca malho, não sou feliz, não sou triste, arroto sim e peido também, mas eu não julgo, das linhas analiso.

Eu não estou a passeio, eu, como você e como todos deveriam, quero fazer alguma diferença.

O que publico, são trechos, um nada, meu nada, só meu…

A minha intelectualóide realidade.

Mas há o que se escreve e que não se partilha, há o que nasceu para ser póstumo…

E eu gosto disso, do poder de ler o que é só meu. Um meu egoísta que diariamente beija o asfalto.

Das letras, enamoro-me de paradoxos e antíteses, tão diferentes e tão semelhantes. E de tudo, arrogante, deixem-me ser eu.  O garotinho criado com cuequinha branca na casa de vovó.

Um comentário:

izani disse...


Adorei!
Aliás,sou suspeita pq leio seus textos com o coração.