De todos meus vícios, que são muitos, ultimamente, o que mais me consome é a escrita.
Muitas das minhas respostas estão em páginas rotas, impregnadas de tabaco. Riscadas, rasuradas, sujas. Ademais, nunca completas. Aliás, não há nada completo. Nunca haverá. Completo é a sequência de crônicas, contos, versos e frases soltas, já escritas desde o primeiro traço tribal.
Da introdução das próximas 3 doses do Momentos desinteressados: "Já frequentei tantas festas mundanas na noite que não me atrevo a contabilizá-las. Notívago, o explícito anuviado da noite me atrai mais que o incerto asseio do dia. "
Sei que no “Brasil ideb”, ler e escrever tornou-se medíocre. Algo que se tem até uma pontinha de vergonha. Sim vergonha. Receio do rótulo: arrogante pseudo-intelectualóide.
Intelectualóide?
Numa pesquisa banal do oráculo moderno fui apresentado ao termo/conceito. ( “Qual a diferença de um intelectual e um intelectualóide?” )
Sou um ignorante. Não que seja humilde, longe disso, meu ego ultrapassa todos meus caminhos.
Nunca consegui entender a regra das crases. Sou um péssimo acentuador de palavras.
Não escrevo bem. Nunca serei o “Juber Henrique Andrade Assis de Alencar”.
Escrevo mediocridades, fatalidades, bestialidades e futilidades.
Desculpe-me. Alguns fumam ou bebem ou malham ou são felizes ou arrotam ou julgam ou simplesmente passam.
Eu fumo, bebo, nunca malho, não sou feliz, não sou triste, arroto sim e peido também, mas eu não julgo, das linhas analiso.
Eu não estou a passeio, eu, como você e como todos deveriam, quero fazer alguma diferença.
O que publico, são trechos, um nada, meu nada, só meu…
A minha intelectualóide realidade.
Mas há o que se escreve e que não se partilha, há o que nasceu para ser póstumo…
E eu gosto disso, do poder de ler o que é só meu. Um meu egoísta que diariamente beija o asfalto.
Das letras, enamoro-me de paradoxos e antíteses, tão diferentes e tão semelhantes. E de tudo, arrogante, deixem-me ser eu. O garotinho criado com cuequinha branca na casa de vovó.
Um comentário:
Adorei!
Aliás,sou suspeita pq leio seus textos com o coração.
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