interessado em alguma bobagem

domingo, 27 de maio de 2012

calculei meu arrojo dissimulado, o resultado: medo

Difícil

suprir expectativas...

sempre tentei...

Mas,

permito meus erros. 

"Errado é aquele que fala correto e não vive o que diz..."

Ando sobre equações imperfeitas,

meus resultados

(sonoras respostas)

nem sempre agradam.

E não há integral ou derivada que me expliquem

Por quê, são meus erros, que me fazem feliz?

Eu sou imperfeito...

incorreto...

“Uma monstruosa aberração

faz com que os homens

acreditem que a linguagem

nasceu para facilitar

as suas relações mútuas.”

– Michel Leiris

E,

sou menos pele,

carne,

abraço

colo...

Sou mais imagem

reflexo das letras de outros

aparições dos livros

da cabeceira de minha cama...

Chão sujo pela ausência de desejo.

Multiplico as expectativas e divido os desejos...

Fracasso das expectativas.

Sou desengano

desapontamento.

e,

sou fome de gente...

vontade de vida…

devaneio de riso…

desvario de  entusiasmo

ilusão de determinação, ousadia, coragem…

Não…

não sou

afoitamento, arrojo ou audácia…

sou medo.

muito medo.

Medo de casa.

sou cigarro no fundo de gaveta adolescente.

camisinha guardada, nunca usada, em carteira púbere

sou o odor de álcool da ânsia de vômito de criança.

sou o perfume de fralda.

sou segredo de fundo de armário...

sou fruto da "teletela", de Orwell

sou fruto do desejo do “que tudo vê”.

não há ruas minhas que eu possa ladrilhar...

há caminhos esburacados,

pedras no caminho,

penhascos,

paredões...

e medo.

Deus é bom e misericordioso?

e eu?

Ausência.

Dói.

"Você é nosso maior inimigo."

Doeu tanto.

Dói.

do mais frágil

...

Dói ainda mais

o prostrar de joelhos...

Mas nunca começamos um cálculo sem o objetivo do resultado.

E eu não sou frágil…

Tempo.

Assim,

como seu preconceito,

em algum lugar,

o amor…

ele está lá.

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