interessado em alguma bobagem

quinta-feira, 15 de maio de 2008

o pouco que me resta de depois

''É que sou um pouco antes. E só isso. Juro por Deus. E sou um pouco depois também."
Clarice.

Há aquela velha expressão interessante de se dizer: "Viver tudo intensamente como se fosse o último minuto."

Já disse isto várias vezes, e vivenciei bastante também. Não sei se é somente a idade, mas eu penso agora um pouco no antes e um pouco no depois. Me sinto bem tendo a consciência do presente, mas a interpretação que somente ele não me basta mais.

Mas como assim?

Tudo bem que pode ser devido a situação atual ou mesmo pela maturidade. Mas não quero viver somente de situações e muito menos de pensar em ser totalmente responsável, o que, diga-se de passagem, eu nunca fui.

Estar feliz é difícil, pois procuramos as frestas para toda a infelicidade possível.

O amor fluido pode adquirir a viscosidade necessária para ser eterno? Ou apenas a necessária para se viver bem por alguns meses? Ou nem mesmo possuir a viscosidade necessária e esvair-se pelo ar? Não sei. Um pouco depois, quem sabe, eu possa saber a resposta. Ou nunca me aproximar dela. Eis a intensidade de tudo. Eis a vontade de viver mais. Eis a possibilidade de se viver intensamente a cada minuto como se este fosse o último.

O não conhecer tudo me excita muito.

Nenhum comentário: